O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, fez (dia 14) uma declaração corajoa, chamando para si e para as gestões que o antecederam a responsabilidade pelas consequências das fortes chuvas que causaram sérios estragos em muitas cidades fluminenses e, até a tarde daquele dia, já havia provocado a morte de 251 pessoas e desabrigado milhares. O governo estadual também não se omitiu e, desde o primeiro momento, identificou nas falhas da política habitacional e ocupação ilegal de encostas os motivos que agravaram a dimensão da tragédia.
O problema não é novo. Desde a década de 1940 o Rio observa morros e outras áreas de risco serem ocupadas de forma ilegal, desordenada, sem controle do poder público. Pelo contrário, muitas vezes os próprios órgãos governamentais legalizam as moradias em áreas de risco, ampliando o problema.
A atitude dos governos estadual e municipal do Rio contrastam com hipocrisia que marca a gestão de muitos políticos que se recusam a tomar providências quando elas são sugeridas e depois jogam a culpa da tragédia na população. Exemplo claro desse tipo de atitude foi a do governador José Serra que, em 2008, simplesmente vetou projeto de lei aprovado pela Assembleia Legislativa de São Paulo, que determina que o Estado elabore mapeamento e levantamento cadastral das áreas de risco, para adotar medidas que evitem as tragédias. Até agora, nenhuma outra providência foi tomada em SP para minorar o problema.
A hipocrisia, porém, não é exclusiva dos governantes. Chama atenção a diferença gritante entre a cobertura midiática da tragédia no Rio em comparação com as também graves consequências das chuvas
No Rio, onde o volume de chuvas foi o maior já observado nos últimos 40 anos, desde o primeiro momento a grande imprensa buscou, não sem razão, responsabilizar o poder público pelas mortes. Já
Não se pode negar que muitas vezes a natureza se manifesta de forma atípica e torna impossível prevenir todas as consequências de uma grande tempestade. Mas também não se pode negar que a maior parte das mortes causadas em consequências das enchentes poderiam ser evitadas se não houvesse omissão do poder público nos períodos que antecedem as chuvas.
Para que novas tragédias como a ocorrida no Rio de Janeiro,
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