quinta-feira, 8 de abril de 2010

Projeto de autoria do PSDB, que cria benefício adicional ao Bolsa Família para alunos que tiverem bom desempenho escolar, não tem fonte de receita

Lula: Se vão atacar o governo com mais políticas sociais, ótimo!

O Bolsa Família virou alvo de questionamento dos jornalistas que acompanharam o lançamento do Portal Brasil, nova cara do governo federal na internet, nesta quarta-feira (3/03), em Brasília. Em entrevista à imprensa após o evento, o presidente Lula disse que, “se todo mal que o meu governo puder causar é os meus adversários tentarem aprovar mais políticas sociais, ótimo”, porque se tivessem feito isso há mais tempo, o Brasil estaria em melhores condições.

A resposta do presidente refere-se ao projeto que cria benefício adicional ao Bolsa Família para alunos que tiverem bom desempenho escolar. O projeto é de autoria do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), e foi aprovado nesta terça-feira (2) na Comissão de Educação do Senado.

Mas Lula deixou um recado para os parlamentares: "Não é porque nós estamos em época eleitoral que vai se praticar a ‘farra do boi’ neste país. As pessoas não podem achar que banalizando decisões ganham votos. No ano eleitoral, a gente tem que ter mais juízo do que nos anos anteriores. Não dá para imaginar que, porque é ano eleitoral, pode-se prometer mundos e fundos; primeiro, porque a sociedade não acredita; segundo, porque a sociedade brasileira sabe que as conquistas que ela obteve até agora são resultado de um trabalho muito sério", disse Lula.

O presidente observou ainda que é preciso que os parlamentares indiquem de onde virá o recurso extra a ser pago às famílias. "O Bolsa Família é um programa para garantir as proteínas e calorias necessárias para o povo mais pobre deste país. Eu não vi a decisão deles ainda, mas só espero que eles tenham colocado de onde vai tirar o dinheiro. Todo gasto proposto tem de ter uma fonte de receita. Mas tudo o que for aprovado em benefício do povo é bom. Agora, digam de onde vai vir o dinheiro", afirmou.

Lula lembrou que, em outro momento, a oposição foi contra a continuidade da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), cujos recursos eram destinados à saúde.

Como tramitou em caráter terminativo, o projeto aprovado ontem na Comissão de Educação do Senado segue agora para apreciação da Câmara dos Deputados. Na terça-feira, no entanto, a líder do governo no Congresso Nacional, Ideli Salvatti (PT-SC), criticou o projeto de Tasso Jereissati e disse que pretende levar para decisão do plenário do Senado a análise do projeto de lei, antes que ele siga para a Câmara.

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