Textos com ataques a Dilma causam mal estar entre a cúpula do PSDB e o comando da campanha de Serra
Ricardo Galhardo, iG São Paulo | 14/05/2010 17:17
O episódio dos textos com ataques a Dilma Rousseff distribuídos a partir de gabinetes de parlamentares de oposição na Câmara causou intenso mal estar entre a cúpula do PSDB e o comando da campanha de José Serra.
Segundo o iG apurou, o episódio deixou o marqueteiro de Serra, Luiz Gonzalez, profundamente irritado. Gonzalez chegou a ser citado em uma coluna como responsável pelos papeis. Na verdade, de acordo com fontes da campanha de Serra, o autor é o jornalista Ruy Fabiano, que teria sido contratado pelo PSDB para redigir “papers” (textos) com o objetivo de orientar parlamentares do PSDB, DEM e PPS em entrevistas e discursos.
A um destes “papers” intitulado “Dilma Rousseff e suas vítimas fatais” foram anexadas fotos de militares que teriam sido “assassinados pelo grupo terrorista” da qual Dilma fez parte.
O texto diz que Dilma “teve amnésia e não se lembra dos assaltos a banco, sequestros, delação de colegas. Só lembra que foi torturada”. Dilma militou no Comando de Libertação Nacional (Colina), grupo de esquerda que defendia a luta armada contra a ditadura militar. Até hoje nunca foram apresentadas provas de que Dilma tenha participado de ações armadas. Ela nega.
Quando viu no fac símile publicado em um jornal que os papéis tinham timbre da “coordenação de comunicação da campanha de Serra”, Gonzalez ficou irritado ao ponto de telefonar para o gabinete do líder do DEM na Câmara, Paulo Bornhausen, para dizer que não tinha nada a ver com o texto.
Orgulhoso de nunca ter apelado para baixarias e mentiras em 16 anos de campanhas para o PSDB, Gonzalez não quer ter seu nome vinculado aos ataques a Dilma nos “papers” de Ruy Fabiano. Mais do que isso, tem medo de que as baixarias sejam atribuídas a Serra, o que poderia dar margem para os adversários rotularem o tucano de truculento.
O PSDB, por meio de sua assessoria de imprensa, confirmou a autoria dos “papers” distribuídos a seus parlamentares. Segundo o partido, os textos foram redigidos pelas “assessorias” da direção nacional.
Na quinta-feira à noite o iG ligou para a sede nacional do PSDB, em Brasília, para ouvir com Ruy Fabiano. O assessor que atendeu a reportagem passou um número de telefone que seria do jornalista, informando que Fabiano fica
No dia seguinte, a assessoria de imprensa do PSDB comunicou que Fabiano não presta serviços ao partido nem à campanha. Ele teria sido apenas sondado pela direção tucana. O PSDB não desmentiu a informação de que Ruy Fabiano é o autor dos “papers”.
O iG falou com um alto integrante da campanha de Serra que esteve em pelo menos uma reunião da qual participaram Ruy Fabiano, o presidente do PSDB, Sérgio Guerra, parlamentares e dirigentes tucanos,
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