quarta-feira, 9 de junho de 2010

Os dissidentes, em nome da vaidade pessoal

No PT é assim, sempre tem os que se acham "iluminados" e põe suas vaidades acima de um projeto mais audacioso, mais factível. Foi assim com a Heloísa Helena, com Marina Silva e agora com Sandra Starling.

Penha disse...

Não é apenas para a SANDRA que existe a dificuldade para estar dentro de um partido como o Partido dos Trabalhadores, que cresceu muito, e precisa se adequar sempre...pois o maior propósito é a conquista de espaços para a garantia de conquistas sociais...essa postura virá sempre dos que podem acordar de uma cama quente, dentro de um quarto com ar de ótima qualidade ...mas muitas vezes apoiar uma força do tipo PP garante que a Naná de lá da favela São Remo, na periferia de São Paulo possa usufruir de alterações substanciais na sua vida... o lenga lenga dos bem vividos socialista não tiram a Naná dauqela casa com uma unica porta, uma unica janela, cheia de bolor...a alma vai pro diabo, mas salvar muitas outras de fome é bem mais importante, o caminho é uma escolha, se o PT chegou a estar assim, pergunto pra Sandra...putz, pq não se aproximou mais dos filiados, da massa, e encarou..O PT esta as portas de um encontro nacional...e a imprensa aproveita para enfraquecer o partido...quer dizer...tentar...boa sorte! pq estamos cansados de lenga lenga, vai lá e pergunta pra Naná o que ela acha, mas entrem dentro da casa dela, pra ver se engolir vários sapos não é necessário...


quarta-feira, 9 de junho de 2010

Carta de desfiliação de Sandra Starling do PT


MANDA QUEM PODE, OBEDECE QUEM TEM JUÍZO
Adeus ao Partido dos Trabalhadores

Sandra Starling

Ao tempo em que lutávamos para fundar o PT e apoiar o sindicalismo ainda “autêntico” pelo Brasil afora, aprendi a expressão que intitula este artigo. Era repetida a boca pequena pela peãozada, nas portas de fábricas ou em reuniões, quase clandestinas, para designar a opressão que pesava sobre eles dentro das empresas.Tantos anos mais tarde e vejo a mesma frase estampada em um blog jornalístico como conselho aos petistas diante da decisão tomada pela Direção Nacional, sob o patrocínio de Lula e sua candidata, para impor uma chapa comum PMDB/PT nas eleições deste ano em Minas Gerais. É com o coração partido e lágrimas nos olhos que repudio essa frase e ouso afirmar que, talvez, eu não tenha mesmo juízo, mas não me curvarei à imposição de quem quer que seja dentro daquele que foi meu partido por tantos e tantos anos. Ajudei a fundá-lo, com muito sacrifício pessoal; tive a honra de ser a sua primeira candidata ao governo de Minas Gerais em 1982. Lá se vão vinte e oito anos! Tudo era alegria, coragem, audácia para aquele amontoado de gente de todo jeito: pobres, remediados, intelectuais, trabalhadores rurais, operários, desempregados, professores, estudantes. Íamos de casa em casa tentando convencer as pessoas a se filiarem a um partido que nascia sem dono, “de baixo para cima”, dando “vez e voz” aos trabalhadores. Nossa crença abrigava a coragem de ser inocente e proclamar nossa pureza diante da política tradicional. Vendíamos estrelinhas de plástico para não receber doações empresariais. Pedíamos que todos contribuíssem espontaneamente para um partido que nascia para não devermos nada aos tubarões. Em Minas tivemos a ousadia de lançar uma mulher para candidata ao Governo e um negro, operário, como candidato ao Senado. E em Minas (antes, como talvez agora) jogava-se a partida decisiva para os rumos do País naquela época. Ali se forjava a transição pactuada, que segue sendo pacto para transição alguma. Recordo tudo isso apenas para compartilhar as imagens que rondam minha tristeza. Não sou daqueles que pensam que, antes, éramos perfeitos. Reconheço erros e me dispus inúmeras vezes a superá-los. Isso me fez ficar no partido depois de experiências dolorosas que culminaram com a necessidade de me defender de uma absurda insinuação de falsidade ideológica, partida da língua de um aloprado que a usou, sem sucesso, como espada para me caluniar. Pensei que ficaria no PT até meu último dia de vida. Mas não aceito fazer parte de uma farsa: participei de uma prévia para escolher um candidato petista ao governo, sem que se colocasse a hipótese de aliança com o PMDB. Prevalece, agora, a vontade dos de cima. Trocando em miúdos, vejo que é hora de, mais uma vez, parafrasear Chico Buarque: “Eu bato o portão sem fazer alarde. Eu levo a carteira de identidade. Uma saideira, muita saudade. E a leve impressão de que já vou tarde.”

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