A cúpula do PMDB deve retaliar nesta semana dirigentes do diretório peemedebista em Santa Catarina, que neste fim de semana confirmaram Eduardo Pinho Moreira como candidato a vice-governador de Raimundo Colombo (DEM). A aliança PMDB-DEM é rechaçada pela Executiva Nacional peemedebista, que aceitou que os próprios catarinenses costurassem um acordo contra o processo de intervenção, desde que a proposta para o pleito de outubro não contemplasse uma parceria com o DEM.
A tendência é que Pinho Moreira, presidente do PMDB-SC, seja destituído do posto e possivelmente expulso dos quadros do partido. Na quarta-feira (30) o caso do presidente regional peemedebista deve ser levado para o Conselho de Ética da agremiação. O presidente do PMDB nacional, Michel Temer, é candidato a vice-presidente na chapa da petista Dilma Rousseff e não aceita uma aliança estadual nesses moldes com o DEM catarinense.
Há duas semanas caciques peemedebistas confirmaram a retomada do processo de intervenção em Santa Catarina para evitar que o partido fizesse composição com os Democratas. O enquadramento do diretório estadual é resultado da desistência do pré-candidato Pinho Moreira de disputar o governo local. Mesmo tendo vencido as prévias da legenda contra o prefeito de Florianópolis, Dario Berger, Pinho Moreira anunciou que abria mão de disputar o governo para apoiar o democrata Raimundo Colombo.
Neste sábado (26), os convencionais do PMDB catarinense aprovaram por 288 a 129 a proposta de coligação com o DEM, cujo candidato é o senador Raimundo Colombo. Pinho Moreira foi confirmado como candidato a vice-governador na mesma chapa.
Partido enfraquecido
Para as lideranças peeemedebistas derrotadas na convenção estadual deste sábado, o PMDB sai "enfraquecido" de todo o processo junto às bases eleitorais.
O ex-governador Paulo Afonso Vieira, derrotado na disputa ao Senado e na proposta de candidatura própria, destacou que os peemedebistas estariam "feridos". Ele se disse satisfeito com a votação de quase 30% obtida na convenção e citou as vaias aos principais articuladores da aliança com o DEM, Luiz Henrique da Silveira e Eduardo Pinho Moreira. "Os delegados aprovaram este coligação, mas o sentimento das bases do PMDB foi ouvido nas vaias sonoras aos dois", disse. "O PMDB está ferido e vai levar muito tempo para que esta ferida se cicatrize".
De acordo com Vieira, as bases eleitorais não admitem ser vice em uma chapa encabeçada por um partido menor. "Temos o melhor desempenho nas urnas e o peemedebista de verdade não admite não ter um candidato, não admite ser excluído do processo", afirmou.
O deputado federal Valdir Colatto, outro defensor de candidatura própria e crítico contumaz de uma aliança com o DEM, não escondeu o descontentamento com o resultado da convenção. Ele disse que chegou a hora de "repensar e renovar" as lideranças da legenda. "O PMDB de Santa Catarina encolheu diante de tudo o que aconteceu aqui", afirmou. "Vamos pagar um preço muito alto por este ato. Partido está ferido e não sei como vai reagir a isso".
Fonte: Terra
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