Em 4 de março de
A sombra da represália, na forma de munição ainda mais pesada, ficava explícita no parágrafo final do artigo-recado. Depois de denunciar o controle do mineiro sobre a imprensa do Estado [ ‘ em Minas imprensa e governo são irmãos xifópagos], o texto concluía com uma ameaça nada velada: ‘Aécio devia refletir sobre o que disse seu grande conterrâneo João Guimarães Rosa: "Deus é paciência. O diabo é o contrário. E hoje talvez ele advertisse: Pó pará, governador?’.
É desse campo minado por uma luta que dificilmente fará de Aécio um cabo eleitoral mais que formal de José Serra, que explodiu o resultado de anos de trabalho de um dos mais premiados jornalistas investigativos do país. A coleção de dados e cifras envolvendo a família, os amigos, assessores de confiança de José Serra, suas ligações societárias e eleitorais com a família de Daniel Dantas, o envolvimento do conjunto com privatizações e movimentos milionários de dólares dentro e fora do país em empresas de fachada – esse latejante paiol de nitroglicerina pura forma hoje um livro sucinto de 14 capítulos. A edição e possível veiculação do petardo depois da Copa do Mundo deixa o insone confesso José Serra cada vez mais distante de uma noite de sono dos justos. Pior que isso: torna mais improvável ainda que ela ocorra um dia na cama do Palácio do Planalto.
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