Os grandes números da mais recente pesquisa Vox Populi reforçam o cenário traçado na última pesquisa CNI/Ibope, que deu pela primeira vez à petista Dilma Rousseff a dianteira na disputa pelo Palácio do Planalto. Pelo novo levantamento, Dilma tem 40%, enquanto o tucano José Serra tem 35%. A senadora Marina Silva (PV-AC) aparece com 8%. Uma leitura mais detida dos dados, entretanto, traz novidades sobre qual fatia do eleitorado que deverá decidir a eleição presidencial deste ano.
Desde que PT e PSDB começaram a desenhar suas estratégias para a corrida deste ano, falou-se em concentrar esforços no eleitorado mineiro, no voto nordestino, nos beneficiários de programas sociais do governo e no eleitorado tradicional do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na avaliação do diretor do Vox Populi, João Francisco Meira, a nova pesquisa indica que a disputa será de fato decidida em regiões urbanizadas, pelo eleitorado de escolaridade e renda mais elevadas, ou seja, nas camadas menos suscetíveis ao endosso do presidente Lula.
“Há uma eleição sendo disputada no Brasil mais urbanizado, mais escolarizado e de maior renda”, afirma Meira, acrescentando que Dilma já dá sinais de que não terá dificuldade para liderar nas camadas de menor poder aquisitivo, localizadas em regiões como Norte e Nordeste e caracterizadas por um grau menor de instrução e renda. “Existe um Brasil onde Dilma já domina, que é o Brasil guiado pela satisfação com o bolso e com as políticas do governo, para o qual o que pesa é o aval do presidente Lula”, acrescenta.
A pesquisa dá a Dilma uma liderança folgada na região Nordeste, reduto tradicional de Lula. Ali, ela alcança 52% das intenções de voto, contra 27% de Serra. No Norte, a vantagem da petista vai a 39% a 33%. No Sul, Serra tem a dianteira com 44%, contra 33% da petista.
No Sudeste, por outro lado, Serra sai na dianteira com 37% das intenções de voto. A região engloba São Paulo, Estado governado por ele desde 2006, e Minas Gerais, comandado por dois mandatos pelo também tucano Aécio Neves. Ainda assim, o tucano encontra-se em situação de empate técnico com Dilma, que tem 34%. Isso porque a margem de erro para a amostra de 1.100 eleitores entrevistados na região é de 3 pontos. No Centro-Oeste, ressalta Meira, o quadro também é de disputa intensa. A petista tem 41% e o tucano 42%.
No quesito escolaridade, Dilma aparece com vantagem sólida na fatia do eleitorado que cursou o ensino até a 4ª série, com 43% contra 32%. Entre os eleitores com escolaridade entre a 5ª e a 8ª séries do ensino fundamental, ela tem 42% e Serra vai a 32%. É nas camadas do eleitorado que concluíram o ensino médio que a disputa é mais acirrada: Dilma tem 38%, contra 37% de Serra. O tucano assume a dianteira nas camadas com ensino superior, em que alcança 37% a 33%.
Quando analisado o critério de renda familiar, Dilma leva a melhor junto aos eleitores que ganham até um salário mínimo, onde alcança 45% das intenções de voto, contra 32% obtidos por Serra. A petista também tem a preferência dos eleitores que possuem renda familiar de um a cinco salários mínimos, com 41% a 34% do tucano. Mas Serra vira o jogo nas camadas que ganham mais de cinco salários mínimos – tem 40% contra 33% da petista.
Conhecimento
Na avaliação de Meira, os dados referentes ao conhecimento que o eleitorado tem sobre Dilma ajudam a reforçar a tese de que ela caminha para a consolidação nas camadas tradicionalmente alinhadas a Lula. O número de entrevistados que souberam identificar Dilma como a candidata do presidente Lula ao Palácio do Planalto alcançou 81%.
Na última pesquisa Vox Populi, realizada em maio, 56% dos entrevistados diziam conhecer bem ou ter apenas algumas informações sobre a candidata petista. Na nova pesquisa, esse número sobe para 65%. Serra, por sua vez, é reconhecido por 78% dos eleitores. Na pesquisa de maio, ele tinha 75%. A candidata menos conhecida, até agora, é Marina, segundo a pesquisa. Na amostra, 38% dos entrevistados disseram conhecê-la bem ou possuir algumas informações sobre ela.
Fonte: iG
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