A campanha publicitária da Nike, batizada de “Escreva seu Futuro”, custou milhares de dólares e demorou três meses para ser executada. O objetivo era fazer frente a sua principal concorrente, a Adidas, dona da Jabulani, polêmica bola da Copa. Dirigidas por Alejandro González Iñárritu, também diretor dos filmes 21 Gramas e Babel, as peças, longe de capitalizarem o sucesso dos jogadores para a empresa, só azararam os craques da Copa.
Lançada primeiro no Facebook e no YouTube, a campanha foi ao ar na TV em 22 de maio. As primeiras peças trazem grandes estrelas do futebol patrocinadas pela Nike. Os comerciais brincam com a ideia de que um toque na bola, um lance, um gol pode ter consequências drásticas na definição de uma partida e até na vida dos atletas. Os jogadores são mostrados em momentos cruciais de disputas imaginárias, onde vêem seu futuro após realizarem um lance.
Didier Drogba, da seleção da Costa do Marfim, foi uma das "vítimas" da lazarenta campanha da Nike. Antes mesmo do início do Mundial, o atacante marfiense fraturou um braço durante amistoso com o Japão. Graças a uma tala de proteção, o craque foi para a África do Sul, mas saiu já na primeira fase com apenas um gol marcado.
"Azarado" mesmo foi Cristiano Ronaldo. O atacante português só marcou um gol (e um tanto quanto sem graça) durante toda a Copa. Mesmo depois da vitória de sete a zero sobre a Coréia do Norte, a seleção portuguesa foi derrotada nas oitavas de final pela rival Espanha.
Outra estrela que só brilhou nos comerciais e saíu já nas oitavas de final foi Wayne Rooney. O craque inglês entrou para a Copa com uma série de contusões. Uma pancada no joelho na estreia da Inglaterra contra os EUA dificultou ainda mais sua recuperação. Rooney voltou à Inglaterra, depois de perder para a Alemanha, sem marcar nenhum gol na África. Com o mesmo placar de Rooney, o atacante francês, Franck Ribéry, voltou à Paris com duas derrotas, uma para a África do Sul e outra para o México, sem chegar às oitavas.
Nem Brasil resistiu à "mandinga"
Drama maior foi encenado por Fábio Cannavaro, zagueiro e capitão da seleção da Itália. Para o país vencedor da última Copa, foi trágico se despedir do Mundial ainda na primeira fase depois de empatar com a Eslováquia e a Nova Zelândia. Cannavaro já havia anunciado que, devido a sua idade (36 anos), se aposentaria após os jogos na África. “Eu realmente não queria que terminasse desse jeito", lamentou mesmo duas semanas após a eliminação.
Os craques brasileiros bem que tentaram, mas não conseguiram resistir ao "mau-olhado" da campanha. O primeiro a bailar na cruva foi Ronaldinho Gaúcho, que ficou fora da lista de Dunga. O diretor de Marketing da Nike, Tiago Pinto, explica que o craque aparece por que o comercial não se baseou em confirmação ou não no Mundial, mas sim “no que eles (atletas) representam para o esporte”. Para disfarçar a bola fora, quem entrou em campo (para o nosso desepero) foi Robinho. Bastou a peça publicitária com o atacante ir ao ar para o Brasil cair de pé contra a Holanda, já nas quartas de final.
O jogador de basquete Kobe Bryant e o tenista Roger Federer também aparecem no comercial. Agora é torcer para que a “maldição da Nike”, como ficou conhecido o episódio na blogosfera, não passe dos campos de futebol e vá parar também nas quadras de basquete e de tênis mundiais. Por hora, a única a comemorar com a história é mesmo a Adidas, que segue com seus craques vencendo todas as disputas dentro e fora dos campos da Copa.
Fonte: produção Nike, texto de Carla Santos para a TV Vermelho.
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