segunda-feira, 12 de julho de 2010

PM MINEIRA sob a gestão dos TUCANOS permite que TROPA DE ELITE seja COMANDADA POR GRUPOS DE EXTERMÍNIO - COM A PALAVRA AÉCIO NEVES!

Caso Bruno: inspetor afirma que Bola já participou de tortura e morte com uso de cães rottweiler

Ex-chefe do Grupo de Respostas Especiais da polícia mineira liga suspeito de assassinato de Eliza à execução de jovens no centro de treinamento da unidade
Andréa Silva, de Belo Horizonte (MG)

Cena de um vídeo de um treinamento de policiais do  Grupo de Resposta Especial (GRE), que ocorria dentro do sítio do  ex-policial

Cena de um vídeo de um treinamento de policiais do Grupo de Resposta Especial (GRE), que ocorria dentro do sítio do ex-policial (AE)

Torturas teriam acontecido dentro do sítio do ex-policial, onde funcionava um centro de treinamento do GRE. Os corpos, transformados em cinza, desapareceram

Torturar e matar com uso de cães rottweiler é uma prática que a polícia mineira conhece há pelo menos dois anos. O inspetor da Polícia Civil de Minas Gerais, Júlio César Monteiro de Castro, afirmou, na tarde desta segunda-feira, que vê semelhanças entre o assassinato de Eliza Samudio e outros dois crimes que, segundo ele, foram cometidos – e confessados – pelo ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, apontado pela polícia como executor da ex-amante do goleiro Bruno.

Castro, que já comandou o Grupo de Respostas Especiais (GRE), convocou uma coletiva na tarde de hoje para explicar uma parte nebulosa do passado desse grupamento e, de certa forma, dele próprio. Em seu gabinete, o inspetor afirmou que Marcos Aparecido, o Bola, confessou a ele ter participado da tortura e da execução de dois rapazes em 2008. As torturas teriam acontecido dentro do sítio do ex-policial, onde funcionava um centro de treinamento do GRE. Os corpos, transformados em cinza, desapareceram.

O caso, que veio à tona naquele ano e resultou no afastamento de 10 policiais – entre eles o inspetor Monteiro de Castro – é investigado pela Corregedoria da Polícia Civil de Minas. Mas, assim como a morte de Eliza, ainda é repleto de episódios mal explicados. E, apesar das graves acusações do inspetor, não há indiciados.

Castro afirma que, naquele ano, descobriu irregularidades envolvendo o GRE. Quando começou a apurar os crimes, foi alvo de uma represália: integrantes do grupo, envolvidos em crimes, segundo ele, teriam divulgado pela internet um vídeo com denúncias. “Me acusavam de uso de carros, armas e munições da Polícia Civil em benefício próprio. Já recebi mais de 20 ameaças”, relata.

As irregularidades que o inspetor descobriu estavam ligadas ao uso de carros com documentação fria para cometer crimes. Os policiais comandavam, de dentro do GRE, uma espécie de grupo de extermínio. No sítio de Marcos Aparecido era mantida uma “casa de matar”, onde vítimas eram torturadas, interrogadas sob a ameaça e sendo atacadas pelos cães treinados por Bola.

Intimidações – Castro passou, então, a ser procurado por alguns dos integrantes do GRE e pessoas ligadas ao grupo. Em mais de um desses encontros, os policiais afirmavam, segundo ele, “em tom de intimidação”, que já haviam torturado, executado e desaparecido com corpos de dois homens. “O bicho pegou para o meu lado porque há um momento na vida de um policial em que o lado profissional é colocado em cheque. Optei por não me juntar à banda podre”, afirmou o inspetor.

O que o policial afirmou na tarde de hoje é que em um desses “encontros intimidadores” o interlocutor era Marcos Aparecido, que atuava, segundo ele, na manutenção do sítio onde funcionava o centro de treinamento do GRE. “Ele nunca deu treinamento, apenas cuidava do local”, garante. No vídeo divulgado na internet, no entanto, Bola aparece fardado e dando ordens aos policiais do GRE. O sítio em Esmeraldas onde eram preparados os policiais pertence a Bola e a um policial que respondia, na época, em 2008 e 2009, como sub-chefe do GRE.

Criado em 2004 para ser uma força de elite dentro da Polícia Civil mineira, o GRE atualmente passa por uma reformulação. Castro assumiu o comando da unidade em meados de 2007 e, em 2008, estouraram os escândalos das torturas e execuções no centro de treinamento. Uma das medidas que tomou, segundo ele, contrariando interesses dos policiais, está a redução do total de agentes do grupo de 80 para 30 - com os demais devolvidos a delegacias distritais. Ao longo de quase seis anos de atuação, passaram pelo grupamento 1 500 policiais.

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