NATUZA NERY - REUTERS
Os mineiros do PSDB fizeram chegar à cúpula nacional do partido sua preocupação com o desempenho nas pesquisas do candidato mineiro ao governo Antonio Anastasia, afilhado político de Aécio Neves.
Dono do maior arco de aliança local, esperava-se que ele iniciaria o mês de agosto com 30 por cento das intenções de voto, mas pesquisa recente do Ibope mostrou performance abaixo do ideal: 21 por cento. A coligação adversária, na figura do senador Helio Costa (PMDB), está em primeiro lugar na sondagem, com 39 por cento.
Costa tem do PT o apoio e o vice Patrus Ananias, um nome forte no Estado. Uma das razões para a manutenção do peemedebista num alto patamar é a união das duas legendas por sua eleição.
Na fase da pré-campanha, quando o PT decidiu aderir à coligação, ninguém acreditava num real engajamento do partido e sua militância. Agora, o material de propaganda mostra Costa ao lado de Patrus em igual tamanho e destaque.
Já Anastasia, que era vice de Aécio no governo, ainda está num distante segundo lugar e deixa seu padrinho apreensivo. Para reverter o quadro, os tucanos de lá apostam na mesma fórmula do PT para fazer com que a presidenciável Dilma Rousseff cresça: a associação com um popular cabo eleitoral. No caso dela, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No caso Anastasia, Aécio Neves.
"Quando começar o programa de TV, tudo o que Aécio fez no governo, combinado com a apresentação de Anastasia como o nome da continuidade, a gente acredita no crescimento dele ainda no mês de agosto", disse à Reuters o deputado Rodrigo de Castro (PSDB-MG), um dos coordenadores da campanha do presidenciável José Serra (PSDB) no Estado e político muito próximo a Aécio Neves, candidato ao Senado.
Alguns observadores do partido fora de Minas comentam que a recente pesquisa acendeu uma "luz amarela" e deve tirar os tucanos de uma espécie de zona de conforto. A cúpula mineira no Estado achava que a briga seria mais fácil, ponderam essas análises.
"Parece que Aécio, agora, acordou", disse o cientista político David Fleisher, da Universidade de Brasília. "Ele se deu o luxo de tirar férias e passear na Europa por três semanas para fugir do assédio do Serra e outros tucanos. Se ele tivesse aplicado tanto esforço para colar no Anastasia, e fizesse como Lula fez com Dilma, provavelmente teria chegado a 30 por cento."
SEGUNDO TURNO
Minas sintetiza, em muitos aspectos, o cenário nacional. Além do fato de dois políticos populares tentarem implacar candidatos desconhecidos à sucessão, a disputa no Estado é protagonizada pelo núcleo das mesmas forças que na corrida presidencial. De um lado, o PSDB. Do outro, PT e PMDB.
Ambos os governos sustentam altos percentuais de popularidade, o que torna forte a tese da continuidade. Assim como no embate nacional, a tendência é de segundo turno nos dois territórios.
Apesar do momento atual, alguns números são favoráveis ao governador. No questionário espontâneo --que nesta etapa já apontam votos mais consolidados-- os dois concorrentes estão próximos (16 por cento para Helio e 13 por cento para o tucano). Nesse corte, o número de indecisos chega a 60 por cento.
Nas contas do Ibope sobre a lista estimulada, a soma dos números de Anastasia com candidatos restantes (3 por cento) e o número de indecisos (25 por cento) apontam uma definição só após 3 de outubro.
"A nossa expectativa é ganhar no primeiro turno. O movimento de consolidação da imagem dele com Aécio está ocorrendo. De outubro pra cá, ele estava com 2 por cento. Aécio não fez com Anastasia o que Lula fez com a Dilma; não houve transgressão de lei aqui e, em Minas, você não tem uma mídia de TV como tem o Lula todo o dia fazendo campanha para a candidata dele", completou Rodrigo de Castro.
Para a cúpula do partido, Anastasia não pode perder em Minas, sob o risco de Aécio ter sua liderança questionada. Essa eventual derrota ganharia contornos ainda mais sérios se José Serra não vencer pleito federal.
"Se Serra perder, Aécio vira nossa única reserva para 2014. Nesse cenário, a derrota de Anastasia seria muito ruim para a oposição (nacional), pois enfraqueceria o próprio PSDB", disse um integrante do partido sob compromisso do anonimato.
Muitos acreditam que Aécio será cobrado também caso José Serra seja vencido nas urnas, mas essa fatura não chegaria a inviabilizá-lo na sucessão de 2014.
Os mineiros do PSDB fizeram chegar à cúpula nacional do partido sua preocupação com o desempenho nas pesquisas do candidato mineiro ao governo Antonio Anastasia, afilhado político de Aécio Neves.
Dono do maior arco de aliança local, esperava-se que ele iniciaria o mês de agosto com 30 por cento das intenções de voto, mas pesquisa recente do Ibope mostrou performance abaixo do ideal: 21 por cento. A coligação adversária, na figura do senador Helio Costa (PMDB), está em primeiro lugar na sondagem, com 39 por cento.
Costa tem do PT o apoio e o vice Patrus Ananias, um nome forte no Estado. Uma das razões para a manutenção do peemedebista num alto patamar é a união das duas legendas por sua eleição.
Na fase da pré-campanha, quando o PT decidiu aderir à coligação, ninguém acreditava num real engajamento do partido e sua militância. Agora, o material de propaganda mostra Costa ao lado de Patrus em igual tamanho e destaque.
Já Anastasia, que era vice de Aécio no governo, ainda está num distante segundo lugar e deixa seu padrinho apreensivo. Para reverter o quadro, os tucanos de lá apostam na mesma fórmula do PT para fazer com que a presidenciável Dilma Rousseff cresça: a associação com um popular cabo eleitoral. No caso dela, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No caso Anastasia, Aécio Neves.
"Quando começar o programa de TV, tudo o que Aécio fez no governo, combinado com a apresentação de Anastasia como o nome da continuidade, a gente acredita no crescimento dele ainda no mês de agosto", disse à Reuters o deputado Rodrigo de Castro (PSDB-MG), um dos coordenadores da campanha do presidenciável José Serra (PSDB) no Estado e político muito próximo a Aécio Neves, candidato ao Senado.
Alguns observadores do partido fora de Minas comentam que a recente pesquisa acendeu uma "luz amarela" e deve tirar os tucanos de uma espécie de zona de conforto. A cúpula mineira no Estado achava que a briga seria mais fácil, ponderam essas análises.
"Parece que Aécio, agora, acordou", disse o cientista político David Fleisher, da Universidade de Brasília. "Ele se deu o luxo de tirar férias e passear na Europa por três semanas para fugir do assédio do Serra e outros tucanos. Se ele tivesse aplicado tanto esforço para colar no Anastasia, e fizesse como Lula fez com Dilma, provavelmente teria chegado a 30 por cento."
SEGUNDO TURNO
Minas sintetiza, em muitos aspectos, o cenário nacional. Além do fato de dois políticos populares tentarem implacar candidatos desconhecidos à sucessão, a disputa no Estado é protagonizada pelo núcleo das mesmas forças que na corrida presidencial. De um lado, o PSDB. Do outro, PT e PMDB.
Ambos os governos sustentam altos percentuais de popularidade, o que torna forte a tese da continuidade. Assim como no embate nacional, a tendência é de segundo turno nos dois territórios.
Apesar do momento atual, alguns números são favoráveis ao governador. No questionário espontâneo --que nesta etapa já apontam votos mais consolidados-- os dois concorrentes estão próximos (16 por cento para Helio e 13 por cento para o tucano). Nesse corte, o número de indecisos chega a 60 por cento.
Nas contas do Ibope sobre a lista estimulada, a soma dos números de Anastasia com candidatos restantes (3 por cento) e o número de indecisos (25 por cento) apontam uma definição só após 3 de outubro.
"A nossa expectativa é ganhar no primeiro turno. O movimento de consolidação da imagem dele com Aécio está ocorrendo. De outubro pra cá, ele estava com 2 por cento. Aécio não fez com Anastasia o que Lula fez com a Dilma; não houve transgressão de lei aqui e, em Minas, você não tem uma mídia de TV como tem o Lula todo o dia fazendo campanha para a candidata dele", completou Rodrigo de Castro.
Para a cúpula do partido, Anastasia não pode perder em Minas, sob o risco de Aécio ter sua liderança questionada. Essa eventual derrota ganharia contornos ainda mais sérios se José Serra não vencer pleito federal.
"Se Serra perder, Aécio vira nossa única reserva para 2014. Nesse cenário, a derrota de Anastasia seria muito ruim para a oposição (nacional), pois enfraqueceria o próprio PSDB", disse um integrante do partido sob compromisso do anonimato.
Muitos acreditam que Aécio será cobrado também caso José Serra seja vencido nas urnas, mas essa fatura não chegaria a inviabilizá-lo na sucessão de 2014.
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