sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Como age a Mídia tupiniquim

Há poucos dias vimos através das folhas “sujas” da mídia nacional, críticas sobre o caso de Sakineh Ashtiani , a iraniana de 43 anos, condenada por adultério e sentenciada à morte por apedrejamento.

A sentença gerou uma onda mundial de protesto e está atualmente suspensa pela Justiça iraniana. A fala de Ahmadinejad, que criticou o "silêncio midiático" em torno do caso Lewis e o uso de Sakineh como uma campanha contra o Irã, surtiu efeito. Desde o último dia 21, a busca global pelo nome da americana duplicou no Google, e as agências de notícias começaram a cobrir o tema.

Só que o silencio da mídia nacional em relação ao caso da norte-americana Teresa Lewis, é de dar nojo.

O estado americano da Virgínia executou nesta quinta-feira (23) Teresa Lewis,41, a primeira mulher a morrer por ordem de um juiz nos Estados Unidos em cinco anos e a primeira no estado desde 1912, e nada se fala, ou escreve, sobre isso.

Lewis admitiu ser culpada por ordenar que dois homens matassem seu marido e seu filho adotivo em 2002. Em agosto, os advogados de Lewis pediram clemência, mas a Suprema Corte dos Estados Unidos e o governador do estado, se recusaram a interceder no caso. A defesa alegava que Lewis era deficiente mental. Seu quociente de inteligência era 72. O máximo para escapar da execução é 70.

Destaque internacional

O caso de Lewis ganhou destaque nas agências internacionais de notícias após ser citado pelo presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad. Ele comparou o caso de Lewis ao da iraniana Sakineh Ashtiani, 43, condenada por adultério e sentenciada à morte por apedrejamento.

A sentença gerou uma onda mundial de protesto e está atualmente suspensa pela Justiça iraniana. A fala de Ahmadinejad, que criticou o "silêncio midiático" em torno do caso Lewis e o uso de Sakineh como uma campanha contra o Irã, surtiu efeito. Desde o último dia 21, a busca global pelo nome da americana duplicou no Google, e as agências de notícias começaram a cobrir o tema.

Defesa

O advogado de Lewis, Jim Rocap 3º, usa o caso para protestar contra a pena de morte nos EUA. "Teresa é a personificação de por que o processo de pena de morte é defeituoso", disse ao site Law.com, especializado em legislação.

Em sua defesa, Rocap escreveu que a inteligência de Lewis -"beirando o retardamento mental e a desordem de sua personalidade dependente"- deveria não deixar dúvidas de que ela não tem uma "mente depravada".

Os dois homens que cometeram o crime foram condenados à prisão perpétua. Um deles era amante de Lewis. O outro escreveu uma carta dizendo que convencera Lewis a planejar o assassinato.

Os advogados de acusação alegaram que, por Lewis ser a mandante do crime e ter o objetivo de ficar com o dinheiro da família, a responsabilidade dela era maior do que a dos homens.
A uma rede de televisão americana, Lewis disse que tinha esperança de que sua sentença fosse alterada.

"Mas se tenho de ir para junto de Jesus, sei que será melhor", afirmou ela, que esperava que seus filhos e a neta acompanhassem sua execução.

Ao Law.com, Rocap comparou Lewis a um famoso assassino nos EUA. "Se Ted Bundy é o pior dos piores, então ela está do lado oposto nesse espectro. Ela é simples, uma pessoa direta com uma fé muito profunda. É difícil de acreditar que será atropelada por essa máquina da morte."

Corredor da morte

Atualmente, 53 mulheres estão condenadas à morte nos Estados Unidos. Antes de Lewis, a última a ter sido executada na Virgínia foi uma negra de 17 anos. Virginia Christian foi eletrocutada em 1912 pelo assassinato da mulher para quem trabalhava.

O último recurso para que a execução de Lewis fosse suspensa foi negado na terça-feira (21) pela Suprema Corte de Justiça dos EUA. O governador da Virgínia, Robert McDonnell, já havia negado clemência na última sexta-feira (17).

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