A quem interessa a quebra de sigilo na Receita Federal?
Messias Pontes *Muito antes do início da campanha eleitoral, dissemos aqui que o demotucanato e sua mídia conservadora, venal e golpista iriam preparar muitas ciladas para a candidata da coligação Para o Brasil Seguir Mudando, Dilma Rousseff. Seriam dossiês novos e requentados, vazamento de informações sigilosas e tudo o mais que pudesse confundir a opinião pública, como é de praxe no histórico dessa gente.
Mas como a cotia só olha para o rabo dos outros, era natural que ela tivesse o seu cortado bem no tronco, mesmo ela continuando a mostrar o dos outros como se nada tivesse acontecido com o dela. Assim agem, historicamente, aqueles que não se conformam com o veredito popular, os que defendem uma democracia sem o povo, a exemplo da canalha udenista, e agora com os seus legítimos herdeiros, ou seja, os demo-tucanos.
Com a iminência de uma fragorosa derrota nas urnas – muito maior que a de 2002 -, o candidato da oposição conservadora de direita, José Serra, ou simplesmente o “Zé”, está apelando para tudo. Aliás, ele é capaz de tudo para sentar na cadeira hoje ocupada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. É capaz até mesmo de fazer uma boa ação. Para tanto ele conta com os colonistas e demais jornalistas amestrados, PhD em antijornalismo.
O “Zé” tentou ligar o PT e sua candidata Dilma Rousseff às Farc, ao narcotráfico, aos “mensaleiros” e a tudo o que é ruim. Tudo sem provas como, aliás, sempre faz. Quem não lembra do tristemente célebre “Plano Cohen” em setembro de 1937 para justificar o golpe que deu origem à ditadura do Estado Novo? Em matéria de factoides, a canalha da vela e da nova UDN é especialista, com pós-doutorado.
Em matéria de dossiês e quebra de sigilo os tucanos são especialistas. Lembra, caro leitor, da quebra de sigilo bancário de vários parlamentares devedores do Banco do Brasil? Vários dossiês foram cuidadosamente preparados e muitos deputados federais e senadores foram forçados, em
Vale lembrar que em 2002 o “Zé” e a sua mídia inflaram a candidatura da então governadora pefelista Roseana Sarney à presidência da República. O objetivo era favorecer a candidatura do “Zé” e prejudicar a de Lula. Como o tiro saiu pela culatra, a candidatura de Roseana cresceu tanto que já ameaçava a do “Zé”. Foi aí que o tucanato, utilizando o delegado federal Marcelo Itagiba, hoje deputado federal pelo PSDB do Rio de Janeiro, invadiu a sede da Empresa Lunus, de Jorge Murad – esposo de Roseana -, encontrando lá R$ 1,34 milhão
Na mesma época o então governador cearense Tasso Jereissati denunciou ter sido grampeado por dois meses, a mando do “Zé”. Ainda em 2002, o “Zé” teria mandado preparar um dossiê contra Ciro Gomes, então candidato a presidente da República pelo PPS. No ano passado, quando o governador de Minas Gerais, Aécio Neves defendia uma prévia no PSDB para escolher o candidato a Presidente, eis que é plantada nota em coluna de jornal dando conta de que o governador mineiro havia espancado a sua namorada numa festa no Rio de Janeiro. Mais uma vez o “Zé” foi responsabilizado pela autoria.
Desde fevereiro que a tendência de queda do “Zé” e de subida de Dilma Rousseff já era apontada pelo Instituto Sensus e pelo Vox Populi. Quando o Datafolha não pode mais manipular os números, eis que vem à baila a quebra do sigilo fiscal de alguns insignificantes tucanos: Eduardo Jorge, Luiz Carlos Mendonça de Barros, Ricardo Sérgio de Oliveira e de um tal Gregório Preciado, parente do “Zé”, além dos empresários Michael e Samuel Klein, da Casas Bahia, da apresentadora Ana Maria Braga e mais 140 pessoas sem vinculação partidária.
Que importância têm essas pessoas na sucessão presidencial? São candidatas a quê? Por que violaram também o sigilo fiscal dos empresários e da apresentadora? Já está mais que provado que trata-se de uma quadrilha que usava os dados para ganhar dinheiro. O Corregedor da Receita Federal já esclareceu tudo. Porém o “Zé” faz de conta que não sabe e continua, insanamente, acusando sua principal adversária de ser a responsável. E a mídia faz coro.
Ao entrevistar Dilma Rousseff no Jornal da Globo de segunda-feira, a dupla William Waack e Cristiane Pelajo pareciam que estavam num tribunal da Inquisição. Não dava nem pra disfarçar o desejo de massacrar a candidata petista. Requentaram factoides já desmascarados e fugiram do essencial que era o plano de governo da candidata. É o desespero da certeza da fragorosa derrota em três de outubro. Se tem alguém que não tem o menor interesse na quebra de sigilo fiscal daquelas pessoas, esse alguém é justamente Dilma Rousseff. Outros dossiês serão fabricados até o dia da eleição.
Quanta hipocrisia!
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