Que pensar de um senador que ameaça nada menos que o presidente de uma nação democrática de lhe dar uma surra? Foi justamente isto que Arthur Virgílio Neto, representante do grandioso estado do Amazonas e líder do PSDB no Senado, prometeu dar ao presidente Lula em discurso raivoso proferido da tribuna daquela casa. E o nobre senador ainda se gaba de ser diplomata de carreira (imagina se não fosse).
Por ironia, esse cidadão representa justamente o estado ao qual Lula bate todos os recordes de popularidade e é mais querido por esse povo que em todos os outros estados da Federação. Por isso mesmo, antes de tudo, foi uma surra no povo do Amazonas que não merecia ter sua imagem vinculada à violência, truculência e intolerância representada por um de seus porta-vozes no Senado da República. Praticante do Jiu-jitsu, deveria saber que mesmo essa luta é avessa à agressão física fortuita.
A deputada Vanessa Grazziotin foi uma das vozes lúcidas do Congresso Nacional que se levantou de imediato contra esse pronunciamento fascistóide. Disse, sem titubear, que antes de bater em Lula, Virgílio Neto teria que bater nela própria.
Agora, os dois estão tecnicamente empatados na disputa por uma vaga para o Senado Federal. A briga é eleitoral e Vanessa terá a chance de surrar nas urnas o maior inimigo de Lula e fazer vingar o sentimento de milhões de brasileiros e amazonenses que se sentiram ultrajados pela ameaça do tucano.
Quem acompanhou minimamente a atuação de Arthur Virgílio no Senado sabe que a promessa de dar uma coça em Lula não foi um ato isolado ou fortuito. Nos oito anos de mandato ele sempre foi o pitbull do PSDB para enfrentar o governo. Sempre na oposição encarniçada, foi incapaz de, ao longo dos anos, fazer um discurso que fosse reconhecendo algo positivo no governo. Tropa de choque da oposição, sempre teve espaço privilegiado na Rede Globo para protagonizar o papel de pugilista que tenta a todo custo nocatear um governo que é amado pelos seus conterrâneos e que tanto tem feito pelo Amazonas.
Mesmo com todo o apoio midiático e financeiro, como um mercenário que recebe seu soldo por ter feito o serviço sujo, corre sério risco de perder sua vaga no Senado. Com uma campanha milionária por todo o vasto território do Amazonas se vê obrigado a inventar, mentir e fantasiar dados. Tem a cara de pau de dizer que foi o responsável pela prorrogação da Zona Franca de Manaus e de ter liberado as verbas, junto ao Banco Mundial, para a consecução do Prosamim (Programa Social e Ambiental dos Igarapés de Manaus).
É também inimigo declarado do governador Eduardo Braga (PMDB) que atinge níveis recordes de aprovação popular e que administrou o estado em sintonia com o governo Lula.
Agora o eleitor amazonense tem a chance que todo brasileiro eleitor de Lula e de Dilma gostaria de ter: dar uma sova democrática nas urnas naquele que envergonha a figura lendária de Ajuricaba.
Para o bem do Amazonas e do Brasil, Arthur Virgílio Neto precisa ser derrotado nestas eleições. E vai ser.
* Engenheiro agrônomo, mestre em Entomologia e doutorando
Nenhum comentário:
Postar um comentário