Ministra diz que fora do cargo lutará contra “sórdida campanha”
Na carta de demissão apresentada ao Presidente Lula nesta manhã, a Ministra-Chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, diz que o seu afastamento, em caráter irrevogável, é com “a missão de lutar para que a verdade dos fatos seja restabelecida.” Ela destaca que, apesar de todas essas medidas tomadas até agora, inclusive a abertura dos sigilos telefônico, bancário e fiscal, “a sórdida campanha para desconstituição da minha imagem, do meu trabalho e da minha família continuou implacável.”
E acusa a imprensa de não apresentar “uma única prova sobre minha participação em qualquer dos pretensos atos levianamente questionados, mas mesmo assim estampam diariamente manchetes cujo único objetivo é criar e alimentar artificialmente um clima de escândalo”, acrescentando que “as paixões eleitorais não podem justificar esse vale-tudo.”
“Senhor Presidente, por ter formação cristã não desejo nem para o pior dos meus inimigos que ele venha a passar por uma campanha de desqualificação como a que se desencadeou contra mim e minha família. As paixões eleitorais não podem justificar esse vale-tudo”, diz na carta.
E finaliza afirmando que “Preciso agora de paz e tempo para defender a mim e a minha família, fazendo com que a verdade prevaleça, o que se torna incompatível com a carga de trabalho que tenho a honra de desempenhar na Casa Civil.”
Sem dúvidas
A agora ex-ministra lembrou que desde que começaram as denúncias, ela tem respondido “uma a uma, buscando esclarecer o que se publica e, principalmente, a verdade dos fatos, defrontando-me com toda sorte de afirmações, ilações ou mentiras que visam desacreditar meu trabalho e atingir o governo ao qual sirvo.”
Segundo ela ainda, “Não posso, não devo e nem quero furtar-me à tarefa de esclarecer todas essas acusações e nem posso deixar qualquer dúvida pairando acerca da minha honradez e da seriedade com a qual me porto no serviço público. Nada fiz ou permiti que se fizesse, ao longo de 30 anos da minha trajetória pública, que não tenha sido no estrito cumprimento de meus deveres.”
A ministra já havia solicitado que a Comissão de Ética da Presidência abrisse procedimento “para esclarecimento dos fatos aleivosamente contra mim levantados, à Controladoria-Geral da União a auditagem dos atos relativos à Anac, dos Correios e da contratação de parecer jurídico na EPE, além de solicitar ao Ministério da Justiça a abertura dos procedimentos que se fizerem necessários no âmbito daquela Pasta para também esclarecer os citados fatos.”
De Brasília
Márcia Xavier
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