quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Walter Sorrentino: dez dias "sanguinários" em São Paulo

A mídia no Brasil é tão livre que é absolutamente monopolizada em meia dúzia de famiglias. O que eles querem é manter o monopólio de poder, só isso. Tanto nas comunicações quanto na esfera política. PIG é o maior partido da oposição, subsome até os demo-tucanos.

Por Walter Sorrentino

Serra terminará tristemente esta eleição. Ele deveria concorrer na Colômbia… Lá ele poderia invocar sequestros, paramilitares… Imaginar que o processo futuro da oposição se dará sob as bandeiras exasperadas que estão sendo levantadas (ameaças fascistas) é um mau passo, para eles e para o Brasil. Nem Aécio entra nessa, e Geraldo está calado. Os outros daquela laia estarão derrotados daqui a dez dias em seus estados. Enquanto isso, não se põe em foco que presidência de Dilma não é a de Lula com sua força própria. Dilma vai somar e já está somando politicamente. A alegação oposicionista é coisa de isolamento político.

Enquanto isso, o verdadeiro pano de fundo da disputa desaparece. Outro dia, mais uma grande matéria foi publicada para mostrar os “êxitos” de FHC na presidência, como suposta base para os avanços de Lula. O que não se diz é o essencial: o rumo do país sob FHC era outro, antagônico ao atual – inserção subordinada ao campo dos EUA, dependência, desregulamentação financeira, desestatização, do que proveio vulnerabilidade externa extrema. Os tempos de Clinton e Blair já eram.

O Brasil está escolhendo manter o rumo. Luis Fernando Veríssimo vai ao ponto: “Desde UDN x Vargas nenhum presidente brasileiro foi tão atacado quanto Lula. Nenhum acabou governo tão bem cotado”.

Estes serão dez dias em que a mídia sangrará, num facciosismo absoluto. Lula fascista é coisa de energúmenos. A grita da oposição é do isolamento político. Essa gente contabiliza quantas capas de Veja faltam até a data do cadafalso. Tais tipos de denúncias só repercutem em segmentos determinados, estreitos, e mais em São Paulo. OESP, FSP, Veja mais o sistema Globo sustentam os absurdos. Por que?

O que está em jogo na verdade, é o 2º turno, mas em SÃO PAULO. Visam interditar a onda capaz de eleger dois senadores e levar a eleição de governador ao 2º turno, com Mercadante. Eles têm receio da onda da reta final.

Por exemplo: há quantas semanas Tuma está internado? Alckmin é respeitoso com o eleitor utilizando o candidato para fechar 2º voto? A mídia informa corretamente a situação? El Cid foi no século XI. No século XXI isso não tem cabimento democrático.

Denúncias moralizantes são facciosas. Tudo vai sendo apurado, nos conformes da lei. Se fosse para valer, então a mídia deveria embarcar decididamente na luta pelo financiamento público exclusivo de campanha, fortalecendo os mecanismos de controle já existentes. Por que não o faz? Há aí a mesma questão: manter o controle de poder político em mãos convenientes, amparada pelo poder econômico. Para o povo, as políticas compensatórias.

Nós queremos o contrário. Um projeto de nação soberana, democrática e com as forças populares no comando.

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