sábado, 23 de outubro de 2010

E a bala de prata virou bolinha de papel...


É surpreendente a capacidade do tucano José Serra de criar verdadeiros bumerangues que, lançados contra Dilma Rousseff, os partidos e a militância que a apoiam, acabam voltando-se contra ele próprio e diminuindo ainda mais a sua credibilidade, assim como transformando sua figura em algo patético.

A última foi a tentativa, na quarta feira (20), sem a esperada “bala de prata” contra a candidata da continuidade e das mudanças, de trocar aquele projétil mágico por uma prosaica bolinha de papel – munição com a qual o mau jornalismo da Rede Globo e os marqueteiros tucanos tentaram impingir aos brasileiros a imagem de vítima de um atentado. Só faltou envolver, no acontecimento, as FARC ou a Al Qaeda. Por que não, nesse vale-tudo em que os tucanos transformaram a campanha eleitoral na iminência de outra derrota em 31 de outubro?

O próprio presidente Lula – que no primeiro momento cogitou telefonar para o tucano solidarizando-se pelo “ataque” mas desistiu ao ver, em vídeo, as imagens que desmentem aquela armação – indignou-se e deu ao episódio o nome que ele merece: farsa. O repúdio contra a armação varreu a internet como uma onda de indignação, marcada por merecido deboche: pensam que enganam quem?

O eleitorado não aceita mais irresponsabilidades dessa natureza, que recheiam as campanhas eleitorais da direita e sempre foram fatores de desestabilização da política brasileira. O eleitor espera a apresentação de programas claros e definidos; de ideias para o país; de um programa nacional que consiga obter adesões que se transformem em votos na urna.

Esta é uma mercadoria escassa nos arraiais tucanos, que não podem expor abertamente seu programa de atraso, estagnação, empobrecimento e humilhação nacional. Eles não podem confessar, na campanha eleitoral, sob risco de uma derrota ainda maior do que a que se avizinha, sua intenção de pilhar e privatizar o pré-sal; não podem dizer, de peito aberto, que vão demitir funcionários públicos para “emagrecer” o Estado; não podem deixar o eleitorado perceber a intenção de deixar o Mercosul de lado e correr para os braços dos EUA e da ultrapassada Alca; precisam esconder seu programa de privatizações, salários baixos e corte de direitos sociais.

Sonharam com uma campanha sem programas ou comparação de governos, onde o eleitor escolhesse – como fazem as empresas para contratar gerentes – comparando currículos. Mesmo neste ponto José Serra perderia, mas não é disso que se trata e sim da continuidade de um programa que está mudando o Brasil e colocando a direita neoliberal e retrógrada no espaço limitado que lhe cabe no cenário político nacional.

Sem “bala de prata”, apelaram para uma bolinha de papel. É uma situação grotesca, que os brasileiros não merecem e estão demonstrando, nas ruas, seu inconformismo contra mentiras dessa dimensão. E que, no dia 31, relegarão à lata do lixo da história, votando em Dilma Rousseff para continuar as mudanças iniciadas pelo presidente Lula.

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