O ministro da Educação, Fernando Haddad, prestou esclarecimentos ao Senado Federal nesta terça-feira (16) a respeito dos problemas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2010. As declarações do ministro vão ao encontro das opiniões manifestadas pela União Nacional dos Estudantes (UNE) e pela União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) desde a realização da prova.
Ao chegar ao Senado para prestar esclarecimentos sobre as falhas no exame, o ministro defendeu que o exame seja aplicado para alunos que se sentiram prejudicados com as falhas registradas, bandeira defendida pela UNE e pela Ubes.
Fernando Haddad disse ainda que aguarda resposta da Cesgranrio, órgão responsável pela elaboração da prova, para definir a data de reaplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Além disso, disse que a pasta deve negociar com instituições federais de ensino superior para que os vestibulares não coincidam com a data a ser definida.
Outra opinião convergente com a pauta das entidades representativas dos estudantes apresentada pelo ministro da Educação é a de realização da prova mais de uma vez ao ano: "o problema, na minha opinião, se resolve com mais de uma edição do exame ao longo do ano, como aliás estava programado para termos neste ano. Isso vai permitir que outras empresas (gráficas) entrem na disputa, e que o Enem tenha, assim, mais parceiros", afirmou Haddad, em resposta a questionamentos feitos por senadores durante a sessão.
Em relação às críticas feitas ao exame enquanto instrumento, Haddad ressaltou a importância que o exame ganhou nos últimos anos, quando passou a ser usado, por exemplo, no programa de bolsas universitárias financiadas pelo governo, o Programa Universidade para Todos (Prouni).
Alternativa ao vestibular
Ele afirmou que o aperfeiçoamento do Enem é a única solução para o modelo de vestibular tradicional, que está ultrapassado, segundo ele. "Estou convencido de que não há outro caminho a seguir, a não ser superar esse anacronismo da realidade educacional brasileira, que é o vestibular tradicional", disse.
Quem concorda com a importância do Enem é o reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Aloísio Teixeira, que garantiu, em entrevista divulgada nesta terça-feira (16), que a universidade manterá 60% das vagas destinadas ao exame. A segunda prova do vestibular da UFRJ ocorre neste domingo (21). Para Aloísio, “é claro que não era para ter havido erro, mas o Enem é um êxito, um passo à frente para a democratização do acesso ao ensino superior”.
A Associação Nacional dos Dirigentes de Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) também lançou nota, em 10 de novembro, afirmando que mantém a confiança no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
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