A data das convenções extraordinárias do DEM ficou definida, após uma reunião da Executiva na quarta-feira (8), para o dia 15 de março de 2011.
Até essa mudança, o término do mandato de Rodrigo Maia à frente do partido era em dezembro do próximo ano. Com essa luta entre irmãos siameses, antecipa-se o fim de seu mandato, e quem sabe, o fim da sigla.
“A candidatura de José Serra no primeiro turno foi desastrosa. Candidatura que não agregou nada no primeiro turno”, deu o primeiro disparo Maia.
A mistura dos assuntos, fim do mandato com derrota de Serra, chegou a causar confusão.
“Então, o PSDB gerou a crise no Dem?”, perguntou um dos jornalistas presentes, abrindo oportunidade para o segundo disparo de Maia:
“Tudo que esteve ao alcance do senador Sergio Guerra [presidente do PSDB] foi feito. Mas não posso dizer a mesma coisa do candidato José Serra”.
Neste momento, Maia que no discurso também usou palavras como “unidade partidária”, enviou o recado a Aécio: “estão juntos”.
Na véspera da reunião do DEM, o ex-governador de Minas e senador eleito foi convidado por Maia para uma visita de “cortesia” aos parlamentares do partido.
A presença de Aécio foi vista pelos adversários do deputado como uma forma de constrangê-los.
A sinalização de Maia é feita em um momento em que Aécio trabalha pela “revitalização” do PSDB de olho nas eleições em 2014. Na prática, Aécio trabalha para ser o nome do partido para a próxima disputa presidencial.
A ascensão do mineiro pode ser a bóia salva-vidas de Maia uma vez que o grupo rival liderado por Jorge Bornhausen apoiou Serra na última disputa presidencial.
Como o candidato do PSDB perdeu, os aliados de Aécio no DEM apelidaram o grupo de Bornhausen de “viúvas de Serra”.
Quanto à data das convenções esse foi um episódio a parte na disputa de ontem.
Horas antes da reunião, os dois lados sentaram à mesa e acertaram a data para o meio do ano que vem, tendo como indicado para a presidência o senador Agripino Maia (RN).
Apesar do acordo, Maia abriu a reunião dizendo que não havia consenso sobre as datas e como tinha a prerrogativa de marcá-las de forma “unilateral”, definiu para março de 2011.
O contragolpe de Maia foi comemorado pelos alidados. Um dos integrante do grupo do deputado chegou a descrever como “orgástica” a sensação de ver o grupo de Bornhausen “estupefado” com o efeito surpresa da decisão.
Na prática, a mudança da data também serviu como uma senha dada por Maia de que o nome de Agripino não era unanimidade.
Ciente do recado, Agripino saiu da reunião afirmando que não disputa a presidência do partido se não for por consenso, o que, a permanecer o atual quadro, dificilmente ocorrerá.
E sem Agripino, até aqui considerado neutro, o grupo de Bornhausen terá de encontrar um nome para disputar a presidência do partido até março.
No resumo da obra, a tal “unidade partidária” ficou apenas no discurso político, um novo round entre os dois grupos é iminente.
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