Falência do choque de gestão: Anastasia rasga discurso e usa lei delegada para criar mais 1.314 cargos comissionados
Passada a eleição, o governador Anastasia (PSDB/MG), continuísta de Aécio Neves em Minas Gerias, pede ao eleitor para esquecer tudo o que disse sobre "choque de gestão" na campanha eleitoral e, na calada da noite, cria mais 1.314 cargos comissionados.
Para piorar, a criação destes cargos se deu por lei delegada (carta branca dada pela Assembléia Legislativa governista até 31 de janeiro, para ele mexer com toda a administração estadual por decretos, sem a necessidade de aval do legislativo).
A lei delegada 182, que cria os cargos, foi estrategicamente publicada no Diário Oficial do último sábado, um dia não útil.
Os novos cargos representam:
- aumento de 28,85% no número de cargos comissionados de chefia já existentes;
- do total de cargos comissionados (17,5 mil), o percentual representa um acréscimo de 7,4%.
Enquanto isso, o governador demo-tucano diz não haver dinheiro para reajustes necessário aos funcionários públicos concursados, de carreira.
Descoberto o decreto, o governo tenta justificar dizendo que 700 cargos serão criados para expansão do sistema prisional, até 2014, e "a maioria" dos demais cargos serão para a saúde.
Pode ser até que muitos dos cargos sejam necessários, caso se tratasse de um governo sério comprometido em cumprir as funções de estado e que presta serviços públicos ao cidadão, mas rasga o discurso de choque de gestão feito na campanha eleitoral.
Estadão detona Aécio. Por trás está a briga pelo comando do PSDB.
O jornal Estadão publicou com destaque esta notícia, e ainda chama as leis delegadas pelo nome: "Força ditatorial", coisa impensável contra um governo tucano, não a ser quando está em jogo a disputa para manter o comando do PSDB em São Paulo, sob influência maior de Alckmin e Serra.
Ao vestir a camisa para fazer Serra presidente do PSDB, o Estadão deu voz até ao líder do PT na Assembleia Legislativa, Rogério Correia:
"O Estado está precisando é de concurso público e não mais cargos comissionados... Além de usar o mês de janeiro, recesso parlamentar e fase de transição entre duas legislaturas, o governo tucano estende a força ditatorial da lei com 'autorizações' sem controle público."
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