quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Uma cena insólita em 17 de novembro de 2010, num protesto contra o ENEM

Protesto de estudantes interrompe sessão da Câmara de Vereadores
por Robin Siteneski

Teve até estudantes profissionais de cursinho que receberam cerca de R$ 150,00 da Coordenadoria da Juventude (aqueles que vivem fazendo cursinho anos e anos, tentando compensar o segundo grau perdido em meio à brincadeiras e malandragem)

Uma manifestação contra os problemas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) interrompeu a sessão da Câmara de Vereadores de Caxias do Sul.



Às 18h25, o vereador Vinicius Ribeiro (PDT) falava ao microfone, durante debate sobre um projeto que prevê alterações no Plano Diretor, quando o barulho de gritos e palavrões obrigou-o a suspender seu pronunciamento. Cerca de 180 estudantes invadiram o plenário. Um deles usou um microfone para se manifestar.

Minutos antes das 19h, o vereador Elói Frizzo (PSB) conseguiu negociar com os estudantes para que eles ocupassem a tribuna ao final da sessão, que foi então retomada. O plenário permanece lotado de estudantes de escolas públicas e particulares e de cursinhos pré-vestibulares. Uma comissão dos manifestantes será recebida, posteriormente, pela Comissão de Educação da Câmara.

O estudante Henrique Stumpf, um dos organizadores do protesto, diz que a intenção inicial era fazer a manifestação apenas na Praça Dante Alighieri, mas os planos foram alterados durante a tarde.

“Não temos ideologia política. Organizamos o portesto e divulgamos no Orkut e no Twitter sem envolvimento de partido. Distribuímos apenas alguns folhetos”, afirma Henrique, que estuda em um cursinho pré-vestibular há um ano.“Não temos ideologia política. Organizamos o protesto e divulgamos no Orkut e no Twitter sem envolvimento de partido. Distribuímos apenas alguns folhetos”, revela Henrique, que estuda em um cursinho pré-vestibular há um ano.

“Somos contrários a utilizar o Enem como processo seletivo porque tem gente do país inteiro entrando nas universidades federais gaúchas. A prova também era para facilitar e está atrapalhando”, reclamou Gabriela Raimann, aluna de um pré-vestibular há três anos.

Às 19h, durante um pronunciamento da vereadora Denise Pessôa (PT), a sessão teve de ser novamente suspensa em função do barulho provocado pelos estudantes. Foi retomada em seguida, mas o clima permaneceu tenso. Os manifestantes discutiram com os vereadores Rodrigo Beltrão (PT), que foi vaiado e se retirou da sessão, e Assis Melo (PCdoB), que pediu respeito.

“O menino pediu para terminar a votação, eu disse que não e alguém me chamou de imundo. Não sei quem foi, a princípio nem sei a razão do protesto”, reclamou Assis.

“Deve ter sido uma votação muito importante para o Beltrão se ausentar. E o Assis tem um prestígio muito grande pra mentir que foi xingado”, retrucou o estudante Stumpf.

O manifestante explicou que o protesto é para mostrar que a classe estudantil é contra o Enem da forma como vem sendo utilizado e aplicado.

“O Rio Grande do Sul não tem muitas universidades federais, e queremos defendê-las. Em pouco tempo, os filhos de vocês (vereadores) vão concorrer com os alunos de São Paulo, que têm uma educação melhor”, criticou Stumpf, que ocupou a tribuna em nome dos estudantes durante cinco minutos.

A sessão teve de ser paralisada diversas vezes pelo presidente em exercício, Renato Oliveira (PC do B) – que substituía Harty Moisés Paese (PDT), ausente – em virtude dos protestos. Pouco depois das 19h30, os estudantes se retiraram do plenário.

O estudante Henrique Stumpf avaliou como positiva a manifestação:

“Mostramos que os estudantes não estão apáticos”.

Manifestantes usaram até megafone para protestar na Câmara

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