Prefeitos rejeitam mínimo de Serra
Enquanto o PSDB afirma que vai trabalhar para que o novo salário mínimo chegue a R$ 600, valor proposto em campanha para a Presidência pelo candidato derrotado do partido, José Serra, prefeitos mineiros da legenda e do DEM, também oposição ao governo da petista Dilma Rousseff, afirmam não ter condições de pagar o piso se ele chegar a este valor. Durante visita ao Congresso ontem, Serra afirmou que o patamar proposto por ele é “factível e importante” e será defendido pela legenda como alternativa aos R$ 545 definidos pelo governo.
“Um mínimo de R$ 600 é factível e importante, sobretudo numa época em que a inflação de alimentos está aumentando”, disse Serra, que participou de reunião da bancada na Câmara. “A proposta é para termos um mínimo menos indecente do que é hoje”, completou, acrescentando que, se for convidado, irá ao Senado apresentar sua proposta, como sugeriu o senador Itamar Franco (PPS-MG), em discurso na terça-feira.
Na contramão do movimento da oposição no Congresso, prefeitos de municípios mineiros, principalmente em regiões mais pobres, como o Norte de Minas, onde a maioria das prefeituras sobrevive quase que exclusivamente do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), temem os efeitos negativos nos cofres. “Se aumentar o salário mínimo para R$ 600, a situação vai ficar insustentável para as prefeituras, que não terão como pagar seus funcionários. Falar nesse valor é pura demagogia”, dispara Jeferson Augusto de Figueiredo (PSDB), prefeito de Grão Mogol, município de 14,8 mil habitantes, a 551 quilômetros de Belo Horizonte. A Prefeitura de Grão Mogol tem 650 funcionários, dos quais 30% recebem um salário mínimo por mês. “A maior dificuldade é que o aumento do salário mínimo provoca um efeito cascata em toda a folha de pagamento”, observa.
O também tucano Denerval Germano da Cruz, prefeito de Taiobeiras – município de 29,7 mil habitantes, a 710 quilômetros de BH – faz coro com o seu colega. “As prefeituras só teriam condições de pagar esse valor se fossem aumentados os repasses para os municípios”, disse. Caso contrário, “é querer quebrar os municípios”, afirmou Denerval, cuja prefeitura tem aproximadamente 1 mil servidores. “Apesar do efeito político, temos que tratar as coisas com mais responsabilidade”, afirmou.
Candidato derrotado à Presidência diz ter como demonstrar que o piso de R$ 600 é "factível e importante". À frente de municípios, colegas tucanos preveem quebradeira
Enquanto o PSDB afirma que vai trabalhar para que o novo salário mínimo chegue a R$ 600, valor proposto em campanha para a Presidência pelo candidato derrotado do partido, José Serra, prefeitos mineiros da legenda e do DEM, também oposição ao governo da petista Dilma Rousseff, afirmam não ter condições de pagar o piso se ele chegar a este valor. Durante visita ao Congresso ontem, Serra afirmou que o patamar proposto por ele é “factível e importante” e será defendido pela legenda como alternativa aos R$ 545 definidos pelo governo.
“Um mínimo de R$ 600 é factível e importante, sobretudo numa época em que a inflação de alimentos está aumentando”, disse Serra, que participou de reunião da bancada na Câmara. “A proposta é para termos um mínimo menos indecente do que é hoje”, completou, acrescentando que, se for convidado, irá ao Senado apresentar sua proposta, como sugeriu o senador Itamar Franco (PPS-MG), em discurso na terça-feira.
Na contramão do movimento da oposição no Congresso, prefeitos de municípios mineiros, principalmente em regiões mais pobres, como o Norte de Minas, onde a maioria das prefeituras sobrevive quase que exclusivamente do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), temem os efeitos negativos nos cofres. “Se aumentar o salário mínimo para R$ 600, a situação vai ficar insustentável para as prefeituras, que não terão como pagar seus funcionários. Falar nesse valor é pura demagogia”, dispara Jeferson Augusto de Figueiredo (PSDB), prefeito de Grão Mogol, município de 14,8 mil habitantes, a 551 quilômetros de Belo Horizonte. A Prefeitura de Grão Mogol tem 650 funcionários, dos quais 30% recebem um salário mínimo por mês. “A maior dificuldade é que o aumento do salário mínimo provoca um efeito cascata em toda a folha de pagamento”, observa.
O também tucano Denerval Germano da Cruz, prefeito de Taiobeiras – município de 29,7 mil habitantes, a 710 quilômetros de BH – faz coro com o seu colega. “As prefeituras só teriam condições de pagar esse valor se fossem aumentados os repasses para os municípios”, disse. Caso contrário, “é querer quebrar os municípios”, afirmou Denerval, cuja prefeitura tem aproximadamente 1 mil servidores. “Apesar do efeito político, temos que tratar as coisas com mais responsabilidade”, afirmou.
“Toda vez que aumenta o salário mínimo, também aumentam as despesas com as obrigações sociais. Aí, vem a pergunta: onde arrumar recursos para pagar as despesas a mais?”, questiona o prefeito de São João do Paraíso, também no Norte de Minas, Manoel Andrade Capuchinho (PSDB). Segundo ele, um mínimo de R$ 600 resultaria em demissões de parte dos 600 funcionários e corte de investimentos. “O problema é que os municípios não estão preparados para um aumento tão elevado, pois as receitas não evoluíram na mesma proporção”, diz Warmilon Fonseca Braga(DEM), prefeito de Pirapora. A cidade tem uma renda superior à das vizinhas do Norte de Minas por contar com várias indústrias e com a renda proporcionada pelo turismo.
Marinilza Mota (PSDB), chefe do Executivo Municipal de Ibiaí, a 406 quilômetros de BH, também prevê quebradeira se a proposta vingar. Com 220 funcionários, a prefeitura sobrevive praticamente dos repasses do FPM.
Marinilza Mota (PSDB), chefe do Executivo Municipal de Ibiaí, a 406 quilômetros de BH, também prevê quebradeira se a proposta vingar. Com 220 funcionários, a prefeitura sobrevive praticamente dos repasses do FPM.
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