Vendas no varejo sobem 10,9% em 2010, maior alta em 9 anos
Em dezembro ante novembro, porém, o comércio varejista ficou estável, segundo o IBGE
RIO - As vendas no comércio varejista acumularam alta de 10,9% em 2010 - melhor resultado desde 2001 (início da série histórica) -, após subirem 5,9% no acumulado de 2009. O dado foi divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira, 15.
O comércio varejista ficou estável em dezembro ante novembro, na série com ajuste sazonal, segundo divulgou nesta terça-feira, 15, o IBGE. O resultado veio no piso do intervalo das estimativas dos analistas ouvidos pelo AE Projeções, de estabilidade a um aumento de 1,80%, com mediana de 0,30%.
Na comparação com dezembro de 2009, as vendas no varejo tiv eram alta de 10,1% em dezembro do ano passado. Nesse confronto, as projeções variavam de 9,10% a 13,50%, com mediana de 11%.
Receita
A receita nominal das vendas do comércio varejista subiu 1,0% em dezembro ante novembro, segundo o IBGE. Na comparação com dezembro de 2009, a receita nominal das vendas do comércio cresceu 15,6% em dezembro de 2010.
O instituto informou ainda que, com o resultado de dezembro, a receita nominal das vendas do comércio varejista encerrou o ano de 2010 com alta de 14,5%, ante o ano anterior.
O índice de média móvel trimestral das vendas do comércio varejista subiu 0,28% no trimestre encerrado em dezembro ante o terminado em novembro.
Estabilidade
A estabilidade no volume de vendas do comércio varejista em dezembro ante novembro foi classificada como uma "acomodação" nas palavras do economista da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE, Reinaldo Silva Pereira. Ele lembrou ainda que, nos sete meses anteriores a dezembro, o volume de vendas do comércio varejista mostrou uma sequência de resultados positivos.
O especialista descartou a ideia de que o mês de dezembro deveria necessariamente ser bom em vendas, devido às vendas de Natal. Ele lembrou que o indicador do comércio varejista tem ajuste sazonal, portanto, exclui impactos sazonais característicos de cada mês.
Pereira afirmou ainda que o volume de vendas em patamar estável de novembro para dezembro não pode ser interpretado como uma "inflexão" na curva de crescimento do volume de vendas no comércio varejista. "Este resultado de 0,0% não sinaliza necessariamente uma queda futura no volume de vendas do comércio", frisou. "Foi um resultado pontual."
No entanto, ele admitiu que, na comparação semestral, o volume de vendas do comércio varejista diminuiu o ritmo de crescimento nos últimos meses de 2010. No primeiro semestre de 2010, o volume de vendas do comércio cresceu 11,5% ante igual semestre em 2009; já no segundo semestre de 2010, o volume de vendas subiu menos, com alta de 10,4% ante igual semestre de 2009.
Alimentos
A queda de 0,3% no volume de vendas de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo em dezembro contra novembro pode ser atribuída ao aumento nos preços dos alimentos nos últimos meses de 2010, segundo Reinaldo Silva Pereira.
Ele comentou que, com o avanço dos preços dos alimentos, o consumidor diminuiu o volume de compras dos alimentos, devido aos preços altos. Este recuo nas compras do consumidor relacionadas a alimentos acabou por afetar o volume de vendas do setor de hipermercados.
"Na prática, o que elevou a inflação no ano passado, nos últimos meses de 2010, foi o avanço dos preços dos alimentos. Isso porque tivemos esta alta nos preços das commodities agrícolas no mercado internacional, e este aumento está se refletindo nos preços dos alimentos no mercado doméstico", afirmou.
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