Isolado por tucanos, Serra acusa o golpe, faz chantagem emocional e ameaça sair do PSDB (Quem não o conhece, que o compre)
O ex-governador de São Paulo José Serra ameaçou até a sair do PSDB caso fosse completamente isolado das discussões sobre o futuro do partido. Antes de ir a Brasília nesta quarta-feira (9), o tucano manteve conversas com aliados e chegou a pedir ajuda a um governador eleito pelo PSDB em outubro.
Em tom transtornado, Serra classificou como “golpe” a realização de um abaixo-assinado para reconduzir o deputado federal Sérgio Guerra (PE) à Presidência do PSDB — ele está no cargo desde 2007. O ex-governador ficou irritado porque, apesar de ter sido candidato a presidente em 2010, não foi sequer consultado sobre o assunto.
“Se for desta forma, é melhor eu sair do partido”, disse Serra, segundo o iG apurou com deputados tucanos. No sábado teve uma conversa com o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB). Herdeiro da cadeira de Perillo no Senado, Cyro Miranda confirmou o encontro. “Serra disse que estava sendo prejudicado”, contou.
Como forma de amenizar os ânimos, aliados articularam a passagem de Serra por Brasília. Ele participou da reunião da bancada do PSDB na Câmara pela manhã e almoçou com a bancada do Senado. Nas duas ocasiões, foi tratado com deferência
Rival de Serra na disputa pelo comando do PSDB, o senador Aécio Neves (MG) tenta evitar um confronto direto. Ele chegou a cancelar um almoço que teria com diretores do jornal Correio Braziliense para não deixar de comparecer ao encontro de Serra com a bancada. Aécio apoia a reeleição de Sérgio Guerra como presidente do PSDB.
Guerra contou que se reuniu com Serra na segunda-feira
Apesar das aparências, aliados de Guerra e Aécio criticaram Serra. “Queria fazer uma réplica. Ele fez uma ironia ao dizer que tucano tem vocação para segundo marido. Absurdo”, reclamou o deputado Domingos Sávio (PSDB-MG). De sua parte, Serra preferiu não responder a perguntas sobre a sucessão no PSDB. “Tudo que a gente fala sobre isso dá problema”, disse. Na reunião da bancada, lançou o que chamou de 11º mandamento: “Tucano não deve falar mal de tucano”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário