quarta-feira, 2 de março de 2011

Daslu, uma história de problemas com a justiça

A empresária Eliana Tranchesi, 53 anos, dona de uma das maiores lojas roupas luxuosas de São Paulo, a Daslu, foi presa pela primeira vez em 13/07/2005 em mais uma das operações realizadas pela Polícia Federal e respondia ao processo em liberdade.

Denominada de “ Operação Narciso”, o trabalho da polícia revelou a prática de importações fraudulentas que consistiam em burlar o fisco onde produtos tinham o preço subfaturado para reduzir a incidência de impostos.

Segundo a Polícia Federal, a maioria dos produtos por ela importados, eram de grifes famosas como: Giorgio Armani, Dolce & Gabbana, Salvatore Ferragamo e Gucci, Yves Saint Laurent, dentre outras. A maior parte de seus produtos eram declarados com preço bem menor do que realmente valiam, como foi o caso de um vestido que, declarado a Receita Federal por R$ 30,00 e, depois de importado poderia ser vendido por mais de R$ 5.000,00.

Recentemente, Eliana, teve sua prisão decretada, em primeira instância, pela Juíza Maria Isabel do Prado, da 2a Vara Federal em Guarulhos/SP, e a pena a ela atribuída foi de 94 anos e seis meses de prisão por crimes de importação fraudulenta, falsificação de documentos, falsidade ideológica e formação de quadrilha.

Foram condenados também, seu irmão que foi diretor da empresa Daslu e mais cinco empresários que participavam e davam suporte na intermediação das importações através de outras empresas, as chamadas Tradings, respondendo pelos mesmos crimes atribuídos a Eliana.

A empresária voltou a ser liberta no dia 27/03/09 por força de um Habeas-Corpus cujo principal fundamento era de que a empresária necessitava de cuidados especializados por possuir câncer no pulmão.

De dentro do presidio, Eliana, escreveu uma carta dizendo: “Não vejo sentido em estar presa novamente. Não represento perigo a sociedade. Fui presa por um crime tributário cujas multas já haviam sido sanadas e estavam sendo pagas.”

As multas lavradas chegam a ultrapassar a quantia de R$ 1 bilhão de reais e segundo a advogada de Eliana os valores já foram parcelados e estão sendo pagas.

A Juíza de primeira instância diz que os crimes são de extrema gravidade. “ Eles associaram-se de forma constante, perene, articulada com sofisticada hierarquia estrutural para a pratica de um esquema criminoso e bilionário, com a divisão clara de atribuições no âmbito da organização criminosa, cujo objetivo era viabilizar um sistema fraudulento de importações.”

Mais crimes


A marca paulistana 284, das herdeiras da Daslu Heleninha Bordon, Luciana e Marcella Tranchesi, lançou em 2010 uma versão nacional da bolsa Birkin, da Hermès. Batizada de “I’m not the original” (“Eu não sou a original”), ela saía da loja por R$ 399, preço alto para um simples exemplar de moletom, mas bem abaixo do praticado pela grife francesa, cujo modelo pode custar até R$ 91 mil.

A reprodução fez tanto sucesso que chamou a atenção da Hermès. Em janeiro desse ano, a maison entrou com um processo exigindo que a produção, manutenção e comercialização do acessório fossem taxadas com uma multa de R$ 10 mil por dia. Em defesa, as empresárias declararam que se tratava apenas “de uma forma divertida de homenagear grandes ícones da moda” e suspenderam a venda.

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