O racha tucano ganhou proporções ainda mais radicais. Diante da falta de acordo para a composição da Executiva Nacional do PSDB, aliados do ex-governador José Serra ameaçam boicotar a convenção do partido, no sábado (28), em Brasília.
A disputa pelo controle da direção partidária evidencia o clima já acirrado entre os tucanos na tentativa de influenciar os rumos da sigla na eleição presidencial de
Nesta segunda-feira (23), o presidente nacional do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE), encontrou o governador Geraldo Alckmin, no Palácio dos Bandeirantes, para discutir a composição da nova cúpula partidária. Depois, Guerra esteve com representantes da bancada paulista, na sede do PSDB na capital.
Tanto o governador quanto os parlamentares insistiram na indicação de Serra para a presidência do Instituto Teotônio Vilela (ITV). Num discurso uníssono, também pediram que o novo secretário-geral seja uma indicação da bancada paulista.
A presidência do ITV, no entanto, foi prometida ao ex-senador Tasso Jereissati (CE), apoiado pela maioria dos senadores e, em especial, por Aécio Neves (MG), que defende a reeleição do deputado Rodrigo de Castro (MG) para a secretaria-geral.
Guerra — que encontraria nesta segunda o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso — não se comprometeu com as demandas e sinalizou só a necessidade de composição. Sem entrar em detalhes, elogiou o ex-governador Aberto Goldman, um dos cotados pelos paulistas para a secretaria-geral.
"São os pleitos sobre os quais eu já tinha conhecimento", disse Guerra, ao sair da reunião. "O que o governador Geraldo pedir o partido dará atenção." Questionado se a indicação de Tasso já estava consolidada, ironizou: "Nem a minha está". Tucanos ameaçam questionar na Justiça a recondução de Guerra, caso seus pleitos não sejam acatados.
A despeito da disputa pelo controle do PSDB
Acordo
Parlamentares ligados a Serra dizem que não vão participar da convenção se não houver acordo. Nesta segunda, lideranças do Rio Grande do Sul, Paraná, Espírito Santo e Bahia entraram em contato com os paulistas para dizer que também defendem Serra no ITV e maior participação dos Estados na Executiva.
Para os serristas, Guerra tem apoio de Aécio para ser reeleito. A avaliação é que, do jeito que a cúpula está sendo moldada, já fica pavimentada a indicação do mineiro como candidato a presidente, e eles não querem isso mais de três anos antes da disputa.
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