A cúpula do PMDB decidiu, nesta quinta-feira (2), conceder apoio explícito ao ministro Antonio Palocci (Casa Civil), acusado de enriquecimento ilícito e tráfico de influência. “Não se trata de solidariedade. Nós apoiamos o ministro Palocci”, afirma o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN).
O deputado se preocupou em dissociar o suporte a Palocci das demandas de seu partido por cargos no segundo escalão da gestão Dilma Rousseff. “Se estão pensando que damos apoio a Pallocci por conta de cargos, digo: o governo pode congelar as legítimas pretensões que o partido ainda pode ter. Essa não é a hora de exigir, mas de oferecer. Oferecer apoio a alguém que consideramos importante para o governo e respeitamos como homem público.”
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O líder peemedebista no Senado, Renan Calheiros (AL), fez discurso semelhante: “O PMDB não vai participar de nenhuma conspiração para fragilizar o ministro Palocci, nem para expor o governo, que está apenas começando”. Segundo Renan, “o governo começa muito bem. E o que for preciso fazer para sustentá-lo, o PMDB entende que é o seu papel”.
No Senado, Roberto Requião (PMDB-PR), já se comprometeu em apoiar a CPI, enquanto Pedro Simon (PMDB-RS) defendeu, em discurso feito da tribuna, o afastamento de Palocci. De acordo com Renan, são posições isoladas. “A presidente Dilma conta com o apoio do partido que tenho a honra de liderar no Senado.”
PT
A explicitação do apoio do PMDB chega no mesmo dia em que a Executiva nacional do PT, reunida em Brasília, preferiu se abster de emitir nota de socorro a Palocci. “A Executiva tomou conhecimento e não entrou no mérito e, assim, não produz nenhuma nota”, afirmou, em entrevista, o presidente do PT, Rui Falcão.
“O ministro Palocci agiu dentro da legalidade, com a lisura que lhe é peculiar. Sua honestidade não está em questão neste momento”, emendou o líder petista, que disse ter conversado por telefone com Palocci. Segundo Falcão, o ministro prometeu falar à imprensa “nos próximos dias”, possivelmente nesta sexta-feira (3).
Durante todo a quinta-feira, o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) tentou convencer o PT a defender Palocci por escrito. A falta de um texto expõe o dilema do partido de Dilma, que hesita em converter a defesa de Palocci numa questão partidária.
Ex-presidente do PT, Ricardo Berzoini reconheceu que a nota pró-Palocci não saiu porque não houve consenso entre os membros da Executiva. “Somos solidários. O PT não precisa se manifestar hoje. A nota só será emitida quando houver uma posição.”
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