segunda-feira, 25 de julho de 2011

Lula e FHC lançam sites com objetivos e visões diferentes

O mês de julho marca a entrada oficial na internet dos dois últimos presidentes do Brasil. No dia 15, Luiz Inácio Lula da Silva postou um vídeo de “boas vindas aos internautas” na página do Instituto da Cidadania. Cinco dias depois foi a vez de Fernando Henrique Cardoso lançar o “Observador Político”.

Em comum, os sites têm a força do nome dos dois ex-presidentes em sua divulgação. O Instituto da Cidadania já era o escritório de Lula antes de sua chegada ao Palácio do Planalto e, agora, será a sede do futuro Instituto Lula.

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Já o “Observador Político” está abrigado no Instituto Fernando Henrique Cardoso (iFHC), que foi criado em maio de 2004. Porém, na parte de destinada a missão e princípios, o site diz ser “apartidário e politicamente independente”.

De resto, as iniciativas têm objetivos e visões bem diferentes. A página do Instituto da Cidadania dedica praticamente todo o seu espaço aos compromissos de Lula. Até o tema futebol, sempre exaltado nos discursos do ex-presidente, ganha destaque com fotos do petista com Ronaldo e integrantes da torcida corintiana Gaviões da Fiel.

O site “Observador Político”, embora tenha o vídeo de FHC na sua página principal, não traz informações sobre a agenda do tucano. O objetivo da página é debater diversos temas como democracia digital, meio ambiente, drogas, Congresso, etc.

O conteúdo dos vídeos mostra bem as diferenças. Do alto de sua popularidade recorde, Lula fala de forma ininterrupta durante quase 4 minutos – e brinca com isso –, lembra os feitos de seu governo e projeta os próximos passos. Já a fala de FHC, que é mais curta e dividida em trechos intercalados com infografias, foca a importância de a sociedade participar dos debates sobre temas públicos.

Lula

Em seu vídeo, Lula diz que ainda não “desencarnou totalmente” da Presidência seis meses após deixar o cargo. “Eu tenho viajado muito e as pessoas querem saber por que o Brasil deu certo e o que a presidenta Dilma vai fazer para que o Brasil dê mais certo ainda.”

Ele se autodenomina “um contador de casos de um governo bem sucedido.” Demonstrando sinceridade, Lula diz que “não sabe no que vai dar o novo espaço na internet, nem como vamos fazer” e aproveita para ironizar “os amigos da imprensa que continuam falando muito bem de mim, primeiro tentaram dizer que a presidenta Dilma era muito diferente de mim e depois passaram a dizer que ela era a mesma coisa, depois não era mais a mesma coisa, depois era fraca e depois era forte.”

Lula diz que a presidente Dilma, assim como ele e milhões de brasileiros, faz parte de um programa vitorioso. “É um projeto vencedor não apenas porque ganhou as eleições, mas porque tem o que fazer neste país até 2014, até 2018 e até dois mil e não sei quanto.”

O ex-presidente da República de 2003 a 2010 diz que “espera poder conversar com vocês daqui para frente neste pequeno espaço, trocar ideias e, quem sabe, fazermos alguns debates porque eu ainda tenho muitas coisas para fazer nesse país.”

Lula diz que o instituto dele pretende fomentar políticas sociais na África e na América Latina. “Você percebe que eu não mudei muito e continuo falando demais. Essa mesa aqui, se você prestar atenção, está na mesma sala que eu utilizada antes de ser presidente da República.(...) Eu espero contar com a colaboração de vocês. Vamos falar bem e falar mal dos outros. (...) Um abraço e deseje-me boa sorte.”

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