O ministro da Defesa, Nelson Jobim, voltou a destilar provocações contra o governo da presidente Dilma Rousseff. Em depoimento à edição da revista Piauí que chega às bancas nesta sexta-feira (5), Jobim é só críticas ao governo federal.
Ao se referir às negociações sobre o sigilo eterno de documentos, ele atira no núcleo do governo. "É muita trapalhada", afirma, mirando os ataques nas ministras Ideli Salvatti (Relações Institucionais) e Gleisi Hoffmann (Casa Civil). Para Jobim, “a Ideli é muito fraquinha”, enquanto Gleisi "nem sequer conhece Brasília".
Ele conta também que, ao convidar José Genoino para trabalhar na Defesa, ouviu de Dilma: "Mas será que ele pode ser útil?". Jobim diz que respondeu: "Presidenta, quem sabe se ele pode ou não ser útil sou eu." O ministro diz ainda que os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva são sedutores. "Só que de maneiras diferentes. O Lula diz palavrão, o Fernando é um lorde."
Também nesta sexta-feira, a ministra das Relações Institucionais criticou a postura de Jobim, a quem acusou de dar "desnecessárias" declarações. “Quando você está à frente de uma pasta, de um ministério, você tem que ter sempre muita preocupação de executar aquilo que você está delegado para executar. Não quero brincar — mas, apesar de muita gente dizer que o ataque é sempre a melhor defesa, o ministro da Defesa talvez devesse se conter um pouquinho”, disparou Ideli.
As críticas às ministras escolhidas recentemente por Dilma acontece pouco após Jobim ter revelado que votou
No governo avalia-se que, se o ministro tivesse pedido demissão, ela teria aceitado na hora. Na segunda-feira (1º), em entrevista ao Roda Viva, da TV Cultura, Jobim disse que não está demissionário e que deseja permanecer no governo. O ministro afirmou ainda ter "prazer" no cargo e rasgou elogios à Dilma.
"Para um ministro da Defesa, é desnecessário determinados ataques. É desnecessário. Não é assunto relacionado à pasta dele”, emendou Ideli. “Tenho clareza das minhas qualidades, das minhas potencialidades e das minhas dificuldades. Me esforço muito para corresponder a honra que a presidenta me deu de estar neste momento respondendo pela secretaria das Relações Institucionais. Me esforço muito.”
Na quarta-feira, Jobim teve audiência no Palácio do Planalto com Dilma, de quem ouviu críticas e reprimendas. Mas ainda não foi desta vez que ele foi demitido do cargo, embora todo o mundo político esperasse por isso.
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