quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Provocador, Jobim agora distribui ataques diretos a ministras

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, voltou a destilar provocações contra o governo da presidente Dilma Rousseff. Em depoimento à edição da revista Piauí que chega às bancas nesta sexta-feira (5), Jobim é só críticas ao governo federal.


Ao se referir às negociações sobre o sigilo eterno de documentos, ele atira no núcleo do governo. "É muita trapalhada", afirma, mirando os ataques nas ministras Ideli Salvatti (Relações Institucionais) e Gleisi Hoffmann (Casa Civil). Para Jobim, “a Ideli é muito fraquinha”, enquanto Gleisi "nem sequer conhece Brasília". 

Ele conta também que, ao convidar José Genoino para trabalhar na Defesa, ouviu de Dilma: "Mas será que ele pode ser útil?". Jobim diz que respondeu: "Presidenta, quem sabe se ele pode ou não ser útil sou eu." O ministro diz ainda que os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva são sedutores. "Só que de maneiras diferentes. O Lula diz palavrão, o Fernando é um lorde."

Também nesta sexta-feira, a ministra das Relações Institucionais criticou a postura de Jobim, a quem acusou de dar "desnecessárias" declarações. “Quando você está à frente de uma pasta, de um ministério, você tem que ter sempre muita preocupação de executar aquilo que você está delegado para executar. Não quero brincar — mas, apesar de muita gente dizer que o ataque é sempre a melhor defesa, o ministro da Defesa talvez devesse se conter um pouquinho”, disparou Ideli.

As críticas às ministras escolhidas recentemente por Dilma acontece pouco após Jobim ter revelado que votou em José Serra (PSDB) na eleição presidencial de 2010. A declaração de Jobim irritou a presidente, que cogitou demitir Jobim, mas preferiu não fazer isso já.

No governo avalia-se que, se o ministro tivesse pedido demissão, ela teria aceitado na hora. Na segunda-feira (1º), em entrevista ao Roda Viva, da TV Cultura, Jobim disse que não está demissionário e que deseja permanecer no governo. O ministro afirmou ainda ter "prazer" no cargo e rasgou elogios à Dilma.

"Para um ministro da Defesa, é desnecessário determinados ataques. É desnecessário. Não é assunto relacionado à pasta dele”, emendou Ideli. “Tenho clareza das minhas qualidades, das minhas potencialidades e das minhas dificuldades. Me esforço muito para corresponder a honra que a presidenta me deu de estar neste momento respondendo pela secretaria das Relações Institucionais. Me esforço muito.”

Na quarta-feira, Jobim teve audiência no Palácio do Planalto com Dilma, de quem ouviu críticas e reprimendas. Mas ainda não foi desta vez que ele foi demitido do cargo, embora todo o mundo político esperasse por isso.

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