Uma quebradeira geral toma conta do mundo dito “civilizado”, dentre os quais sociedades milenares como os gregos e os romanos, hoje contidos na pequena Itália. Mas a crise do capitalismo já destruiu outras economias “civilizadas” e agora expõe as vísceras da maior economia do planeta: os Estados Unidos da América, cuja fragilidade econômica nem mesmo o mais fervoroso defensor da economia de mercado ousa questionar. Os EUA estão tecnicamente quebrados!
Mas, como não interessa que o maior consumidor do planeta deixe de consumir, as demais nações, a começar pela China, tudo farão para alongar os dias desse cadáver insepulto. Ademais se os EUA são um cadáver economicamente falando, eles continuam sendo uma grande potência tecnológica, científica, cultural e especialmente militar, o que faz com que esse “cadáver” ainda assuste muita gente.
Os que esses países têm em comum?
Todos acreditaram no “deus mercado” preconizado por Adam Smith, no qual o mercado acaba se auto-ajustando em benefício de todos. Seguiram, ademais, o manual neoliberal do FMI que pregava a supressão de direitos sociais e trabalhistas e o desmonte dos estados em benefício da iniciativa privada.
Os milhões de pobres que se avolumam na Europa e nos Estados Unidos são a expressão mais acabada do fracasso dessa política sob a ótica social; a quebradeira de bancos e empresas de construção civil expressa o viés econômico.
Esse era o roteiro traçado para a América do Sul e seguido rigorosamente pela direita de plantão, representada dentre outros, por Fujimori (Peru), Menen (Argentina) e Fernando Henrique Cardoso do Brasil. Um destino trágico estava à nossa espreita.
Com a derrota da direita e a conseqüente eleição de governos de centro esquerda na Argentina, Uruguai, Brasil, Venezuela, Paraguai, Bolívia, Equador e agora no Peru esse ciclo neoliberal sofreu um grande revés, embora não esteja inteiramente derrotado, evitando que esses países seguissem o caminho dos que hoje estão quebrando na Europa. Cenário, aliás, bem conhecido por nós nas sucessivas crises criadas pela receita estúpida e conservadora do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Como se pode ver, mais uma vez, fica evidente que Esquerda e Direita são coisas opostas, antagônicas, independente do posicionamento em relação ao governo.
* Secretário de Produção Rural do Amazonas, Membro do CC do PCdoB, Secretário Nacional da Questão Amazônica e Indígena e doutorando em "Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia".
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