quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Tortura, truculência, quebra-quebra e violação dos direitos fundamentais praticados pela PM DE SP

Solidariedade:

 

Sindicatos arrecadam R$ 35 mil

Para tentar liberar os universitários, sindicatos de trabalhadores de diversas categorias do estado de São Paulo conseguiram arrecadar R$ 35 mil para pagar a fiança das 73 pessoas detidas durante a desocupação da reitoria.

O dinheiro será usado caso eles não sejam liberados pelo habeas corpus, já pedido pelo advogado Rodrigo Frateshi, que faz parte do grupo de defensores dos estudantes presos.

Devido à quantidade de pessoas, eles permanecem dentro dos veículos e descem em grupos para prestar depoimento.

 

USP: Mãe de estudante é detida por xingar PM

 

A mãe de um estudante da USP (Universidade de São Paulo) foi detida na tarde desta terça-feira (8) por xingar um policial militar durante a manifestação organizada em frente ao 91º Distrito Policial, para onde cerca de 70 estudantes detidos durante a reintegração de posse foram levados.



De acordo com o delegado Dejair Rodrigues, a mulher, que estava na delegacia por volta das 16h30, iria assinar um TC (Termo Circunstanciado) e seria liberada na sequência.

Os estudantes detidos na USP se recusam a prestar esclarecimentos à polícia. Todos passarão por exame de corpo de delito.

Ainda segundo o delegado, caso a fiança não seja paga, os alunos ficarão recolhidos no 91º Distrito Policial, na Gastão Vidigal, zona oeste de São Paulo.


Maus tratos

Após quase seis horas esperando nos ônibus, eles reclamam do calor, da falta de comida e de banheiro, e dizem que permanecer no ônibus é "tortura".

"A atuação foi brutal, uma presença muito forte e desproporcional. Para que agredir os estudantes, usando algemas? Os policiais quebraram várias portas da reitoria onde a gente nem tinha entrado. Temos consciência de que essa perseguição é política", disse Paulo Fávaro, 26, aluno de artes visuais.

Pais reclamam da polícia

Fora da delegacia, mães de alunos detidos também reclamam da polícia.

"Eu sou a favor de todas as reivindicações deles para coibir a ação truculenta da polícia. Meu filho não fuma maconha, não bebe, o único vício dele é tentar mudar o mundo", disse uma advogada, mãe de um estudante de ciências sociais.

Ele disse que o rapaz dormia dentro de um carro com a namorada, em frente à reitoria, quando a polícia chegou e o algemou. Ela diz que o filho foi agredido com um capacete e cortou o rosto.

Outra mãe, que espera notícias da filha estudante de história, diz apoiar o movimento. "Eu entrei dentro do prédio e depois de ouvir tudo que me contaram, eu acho que eles tiveram razão de ocupar a reitoria", afirmou.

Três estudantes são liberados

Segundo o delegado Dejair Rodrigues da 3º Seccional de São Paulo, as três pessoas liberadas não estavam envolvidas na invasão do prédio da universidade, ocorrida na madrugada do dia 2 de outubro.

Alguns pais que tentaram pagar a fiança dos filhos foram impedidos pelos próprios estudantes, que afirmaram só deixar a delegacia junto com os colegas.

"Tenho certeza que seu eu chegar pra ela, ela vai me falar: 'Ou sai todo mundo, ou não sai ninguém'", disse uma das mães que aguardam a liberação dos filhos.

Polícia promoveu quebra-quebra

Depois de operação truculenta que retirou os estudantes do prédio da reitoria, a polícia encontrou cadeiras reviradas, colchões e barracas espalhados, paredes desenhadas com frases contra a polícia militar, além de restos de comida.

Os estudantes afirmam que os policiais também quebraram vidros e arrombaram portas de salas em que a ocupação não havia entrado.

A polícia achou ainda sete bombas caseiras, chamadas de coquetel molotov, além de fogos sinalizadores em uma sala. O prédio, que estava ocupado por estudantes desde a quarta-feira (2), foi liberado por volta das 7h20.

Durante o confronto três policiais militares ficaram feridos e cinco viaturas foram danificadas, segundo a PM. Muitos estudantes mostram marcas de cassetete e outros ferimentos causados pela tropa de choque.

Em notas e cartas, sindicatos e entidadess estudantis afirmam que a USP lembra os tempos sombrios da ditadura militar.

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