quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Para Serra, CPI da Privataria é 'palhaçada'

O ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB) qualificou como "palhaçada" o pedido de instalação de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre as privatizações de estatais durante o governo FHC, protocolado em dezembro na Câmara Federal.


A expectativa é de que a comissão seja instalada em fevereiro, conforme promessa do presidente da Casa, Marco Maia (PT-RS) ao autor do requerimento, o deputado por São Paulo Protógenes Queiroz (PCdoB). O objetivo é investigar a veracidade das denúncias contidas no livro "A Privataria Tucana", do jornalista mineiro Amaury Ribeiro Júnior.

Serra participou, nesta terça-feira (10) da entrega de uma unidade de pesquisa clínica em oncologia do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), ao lado do governador Geraldo Alckmin (PSDB). Ele mostrou-se pouco disposto a conversar com jornalistas, recusando-se a comentar eleições municipais na capital paulista – para a qual é cotado como pré-candidato – dizendo que falar sobre o assunto seria "tudo repeteco".

"Não foi instalada nenhuma CPI ainda", desconversou Serra. Apesar de 185 assinaturas terem sido colhidas – 14 a mais do que o mínimo constitucional de um terço dos 513 deputados – e de o pedido já ter sido protocolado, o tucano afirmou não ter conhecimento sobre a iniciativa. A seguir, partiu para o ataque: "Isso é tudo uma palhaçada, porque eu tenho cara de palhaço, nariz de palhaço, só pode ser palhaço". Em seguida, ele afastou-se sem responder mais questionamentos sobre o tema.

"A Privataria Tucana" apresenta documentos e indícios de um esquema bilionário de fraudes promovido durante o processo de privatização de estatis na década de 1990, durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Com 100 mil exemplares vendidos em menos de três semanas, segundo a Geração Editorial, a publicação chegou a esgotar no primeiro fim de semana de vendas.

Por meio de documentação públicos e obtidos na Justiça, o jornalista acusa o ex-caixa de campanha do PSDB e ex-diretor da área internacional do Banco do Brasil, Ricardo Sérgio de Oliveira, de ter atuado como "artesão" da construção de consórcios de privatização em troca de propinas. Familiares e pessoas próximas ao ex-governador de São Paulo e ex-ministro do Planejamento, José Serra, também são citadas por envolvimento em lavagem de dinheiro e evasão de divisas.

O pedido de instalação de CPI foi protocolado em dezembro passado. Quatro deputados do PSDB subscreveram. A executiva nacional dos tucanos, porém, promete processar o autor do livro. A filha de Serra, Verônica, chegou a divulgar nota a respeito em 26 de dezembro, rechaçando acusações contra ela

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