segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

PM de São Paulo ataca moradores da ocupação Pinheirinho

Em mais uma ação truculenta da Polícia Militar de São Paulo, a comunidade Pinheirinho, em São José dos Campos, a 87 km de São Paulo, foi invadida na manhã de domingo (22) pela Tropa de Choque para a execução de uma injusta ordem de “reintegração de posse”.


Houve confronto entre a Tropa de Choque da Polícia Militar, fortemente armada, e a população.

Uma pessoa ficou gravemente ferida e 16 foram presas durante ataque da Tropa de Choque da PM à comunidade Pinheirinho, em São José dos Campos.

A vítima, ferida por bala, foi encaminhada para o hospital municipal, onde passou por uma cirurgia. De acordo com a Secretaria de Saúde, o estado do paciente é considerado estável.

As famílias afirmam que os policiais usaram balas de borracha e gás de pimenta. Ainda de acordo com o grupo, moradores de bairros vizinhos ao Pinheirinho entraram em confronto com a Guarda Civil, que está apoiando a PM, e quebraram o alambrado que cerca o Centro Poliesportivo do Campo dos Alemães. O local estava preparado para abrigar os moradores após a reintegração de posse.

A Polícia Militar chegou ao local por volta das 6h. A ação conta com o apoio da tropa de choque, de helicópteros e de PMs da cidade de São Paulo. Segundo a polícia, os moradores montaram barricadas e estão resistindo à ação.

Em protesto contra a ação violenta da Polícia Militar, centenas de pessoas bloquearam a Via Dutra durante várias horas e um carro da Rede Globo foi incendiado. A rodovia já foi liberada.

O ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) disse que a ação da Tropa de Choque da Polícia Militar de São Paulo atropelou as negociações para a desocupação pacífica do local.

Responsável pela interlocução com os movimentos sociais, Carvalho afirmou que o Palácio do Planalto vinha acompanhando as conversas sobre a retirada das famílias da área e trabalhava para uma saída negociada, com a definição de uma nova região para abrigar as famílias.

O presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante Jr., publicou neste domingo, em sua conta no microblog Twitter, que "falta sensibilidade a alguns membros do Judiciário para resolver o conflito em Pinheirinho. OAB e AGU (Advocacia Geral da União) estão tentando evitar mortes".

Apoiadores das manifestações em Pinheirinho foram, na tarde de domingo para a frente do condomínio onde mora o prefeito do município, Eduardo Cury (PSDB). Eles exigem que Cury atenda à reivindicação dos moradores e regularize a área do Pinheirinho.

Os moradores ocupam a área desde 2004. Cerca de 6 mil pessoas moram no local. O acampamento foi erguido sobre uma área que, segundo a prefeitura, pertence à massa falida da empresa Selecta, do grupo do empresário Naji Nahas.

Na semana passada, a juíza federal Roberta Monza Chiari havia suspendido temporariamente a reintegração de posse expedida pela 6ª Vara Cível da cidade.

De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região, o comando da Polícia Militar recebeu uma ordem, por volta das 10h30, que determinava a suspensão imediata da reintegração de posse. O documento foi assinado pelo juiz plantonista Samuel de Castro Barbosa Melo, da Justiça Federal, a mando do Tribunal Regional Federal.



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