A maioria (57%) prefere Lula a Dilma (32%).
Para 6%, nenhum dos dois
deveria disputar.
Outros 5% não souberam responder.
56,05% amealhados
por Dilma há um ano e cinco meses viraram 69%.
43,95% obtidos por
Serra murcharam para 21%
Entre os eleitores que dizem ter votado em Serra,
52% avaliam a gestão Dilma como ótima ou boa.
Entre os que se
apresentam como simpatizantes do PSDB, a taxa de aprovação da presidente
do PT vai a 60%. Ou seja: no pedaço do eleitorado mais afeito ao
tucanato, a maioria caiu de amores por Dilma.
CHUPA TIO REI !!!!
Saiu mais uma pesquisa do Datafolha.
Tomada pela fachada, faz reluzir o já sabido: a popularidade do governo
Dilma sobe. Foi de 59% em janeiro para 64% agora. Tomada pelo miolo,
acende uma luz no fim do túnel da oposição. Luz vermelha. São três os
dados que piscam para os antagonistas do petismo:
1. Perguntou-se ao meio-fio quem deve disputar a
Presidência em 2014: Dilma ou Lula? A maioria (57%) prefere Lula a Dilma
(32%). Para 6%, nenhum dos dois deveria disputar. Outros 5% não
souberam responder. Ficou entendido que, se quiser e a laringe deixar, o
ex-soberano continua na pista.
2. Indagou-se ao asfalto como votaria se o segundo
turno de 2010 se repetisse hoje. Descobriu-se que os 56,05% amealhados
por Dilma há um ano e cinco meses viraram 69%. E os 43,95% obtidos por
Serra murcharam para 21%. Quer dizer: se Lula não quiser ou não puder, a
pista é de Dilma.
3. Entre os eleitores que dizem ter votado em Serra,
52% avaliam a gestão Dilma como ótima ou boa. Entre os que se
apresentam como simpatizantes do PSDB, a taxa de aprovação da presidente
do PT vai a 60%. Ou seja: no pedaço do eleitorado mais afeito ao
tucanato, a maioria caiu de amores por Dilma.
Nos últimos tempos, a oposição mata o tempo perguntando a si mesma –e
não respondendo— que diabo, afinal, está fazendo neste mundo.
Considerando-se os dados da sondagem, a resposta é nada. Frequenta a
cena como visita. Quem tenta dar-lhe ouvidos ou escuta o silêncio ou não
entende o que ouve.
Já se sabia que falta discurso à oposição. Descobriu-se que não será
fácil arranjar um. A idéia segundo a qual um candidato como Aécio Neves
pode apresentar-se como melhor alternativa “a tudo isso que está aí”
demanda uma pré-condição: a pregação não pode agredir a agredir a
realidade.
Por exemplo: o Datafolha informa que 49% dos eleitores acham que a
situação econômica do país vai melhorar. Outros 39% avaliam que a coisa
ficará como está. Apenas 13% apostam que o cenário vai degringolar. Em
junho do ano passado, 51% imaginavam que os preços subiriam. Hoje, esse
contingente caiu para 41%
.
Primeiro da fila do PSDB, Aécio prevê que a crise internacional
reserva dias piores para o Brasil. Ainda que o tempo lhe dê razão, se
disser em público o que rumina em privado será visto não como
alternativa, mas como mais um membro do clube do ‘quanto pior melhor’.
Por ora, o que a maioria vê nas gôndolas é a carestia contida. No
Banco Central, vê-se a faca dos juros. No Planalto, desponta uma
presidente que ordena às casas bancárias estatais que ofereçam taxas
menores à clientela e abre guerra contra a banca privada para forçá-la a
fazer o mesmo.
Como se fosse pouco, o discurso da moralidade, que já fazia água,
acaba de ser engolfado pelo Cachoeira. Demóstenes Torres, que se
imaginava nascido para nadador, revelou-se um afogado. Há Agnelos com
água pelo nariz. Mas também há Marconis. De uma correnteza assim, tão
plural, pode emergir muita coisa, menos um discurso.
Em 2010, a oposição compensava a falta do que dizer superstimando a
“ausência de candidato” do PT. Lula elegeu sua poste. A dois anos e meio
de 2014, o tucanato e Cia. continuam sem saber o que dizer. A diferença
é que o petismo agora tem dois candidatos: a pupila e seu patrono.
O Datafolha informa que a oposição brasileira foi transferida da
enfermaria para a UTI. Vale repetir o velho bordão: pesquisa não é senão
o retrato de um momento. Significa dizer que seria uma imprudência
decretar em 2012 o resultado de 2014.
Algo, porém, é inegável: a oposição está diante de uma encrenca que
lhe nega o papel que julga desempenhar melhor. O tucanato pode continuar
dizendo que veio ao mundo como exemplo. Falta descobrir de quê.
O Plano Real é sonho velho. A estabilidade econômica foi como que
apropriada por Lula. Ou a oposição coloca de pé uma utopia nova ou vai
continuar arrastando a bola de ferro que torna os seus candidatos os
mais cotados para fazer de um petista o próximo presidente da República.
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