Em entrevista do ministro do STF Gilmar Mendes na TV Globonews contando sua versão do encontro com Lula, ele simplesmente desmentiu a revista Veja.
A repórter pergunta: - Em algum momento [houve] a situação realmente de oferecer uma blindagem em relação às investigações que ocorrem no caso Carlinhos Cachoeira?
Gilmar desmente a Veja:
- NÃO! A questão não se coloca dessa forma...
No Jornal Nacional, a versão sobre pedido para adiamento do mensalão, também é desmentida:
- Não houve nenhum pedido específico do presidente em relação ao mensalão.
Com isso, ainda que eu não confie muito na "memória" de Gilmar Mendes, o que haveria é o relato de uma opinião pessoal de Lula, sobre as consequências políticas de fazer o julgamento simultaneamente à campanha eleitoral. É um direito de Lula ter sua opinião e expressá-la, como de qualquer cidadão.
Se alguém achar que ter opinião é fazer "pressão", então os senadores e deputados da oposição, os barões da mídia, que todo dia cobram data do julgamento, também estão fazendo pressão, inclusive com mentiras, sobre prescrição de crimes que só ocorreria em 2015.
Se alguém errou ao entrar na conversa do "mensalão" foi Gilmar Mendes. Ele nem precisaria ter argumentado. Como magistrado que irá julgar a causa, deveria simplesmente dizer que sente-se impedido de discutir o assunto e deixar Lula e Jobim conversarem entre si sobre esse assunto.
Em outra entrevista, ao UOL, Gilmar afirma que foi ao encontro porque há algum tempo tentara visitar Lula e não conseguia.
Isso também desmente a Veja. Pois não foi Lula quem procurou Gilmar.
A assessoria de Lula marcou o encontro, solicitado há muito tempo por Gilmar.
Se Lula estivesse empenhado em fazer lobby sobre o julgamento, não teria demorado tanto tempo para marcar o encontro.
Como se vê, Gilmar Mendes incomodou-se com seu nome citado na Operação Monte Carlo da Polícia Federal que prendeu Carlinhos Cachoeira, e plantou fantasmas em uma conversa informal com Lula. Infelizmente, passou a espalhar boatos por aí, que chegou à versão difamatória da revista Veja.
E agora? Quem falou demais por aí, acusando Lula de ter "pressionado" para adiar o "mensalão" e oferecido "proteção" na CPI, vai, pelo menos, pedir desculpas?
A suposta reconstituição da conversa com Lula, feita por Gilmar Mendes em Manaus, é totalmente diferente do que saiu na Veja. Há um claro recuo de Gilmar.
Ele narra uma conversa normal, que conteve vários temas, explica que Lula apenas mencionou que o julgamento do mensalão, agora, poderia ser contaminado pelas eleições, mas não fez nenhum pedido. E que ele, Gilmar, só estranhou quando Lula perguntou da viagem a Berlim.
Aí Gilmar faz uma série de ilações da cabeça dele. Quando descreve a conversa, diz que os pedidos não são explícitos. Ou seja, todas as conclusões decorreram de deduções dele.
Um amigo me escreve perguntando qual a lógica por trás dessa armação. Minha resposta é que não há lógica na loucura. O pânico produziu um surto na cabeça de Gilmar. A entrevista mostra um ser patético, inseguro, com uma versão que em nenhum momento poderia ter servido de base para a matéria de Veja.
Luis Nassif
A suposta reconstituição da conversa com Lula, feita por Gilmar Mendes em Manaus, é totalmente diferente do que saiu na Veja. Há um claro recuo de Gilmar.
Ele narra uma conversa normal, que conteve vários temas, explica que Lula apenas mencionou que o julgamento do mensalão, agora, poderia ser contaminado pelas eleições, mas não fez nenhum pedido. E que ele, Gilmar, só estranhou quando Lula perguntou da viagem a Berlim.
Aí Gilmar faz uma série de ilações da cabeça dele. Quando descreve a conversa, diz que os pedidos não são explícitos. Ou seja, todas as conclusões decorreram de deduções dele.
Um amigo me escreve perguntando qual a lógica por trás dessa armação. Minha resposta é que não há lógica na loucura. O pânico produziu um surto na cabeça de Gilmar. A entrevista mostra um ser patético, inseguro, com uma versão que em nenhum momento poderia ter servido de base para a matéria de Veja.
Luis Nassif
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