Publicação: 05/05/2012 15:21 Atualização:
O Ministério Público
de São Paulo e a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre o
contraventor Carlinhos Cachoeira investigam um possível favorecimento do
grupo do bicheiro em São Paulo, na gestão do prefeito Gilberto Kassab
(PSD) e durante o mandato de José Serra (PSDB) no governo do Estado
(2007-2010) e na prefeitura paulistana (2004-2006). De acordo com
reportagem da revista Isto É na edição desta semana, a suspeita é de a
construtora Delta, que seria o braço operacional de Cachoeira, teria
sido favorecida com a ampliação do número de contratos durante essas
administrações.
A Isto É afirma que os parlamentares que compõem a CPI tiveram acesso a conversas telefônicas gravadas com autorização judicial entre junho de 2011 e janeiro deste ano. Segundo a revista, as gravações apontam que a construtora Delta foi favorecida em contratos de obras de ampliação da Marginal do Tietê, na cidade de São Paulo, e na prestação de serviços de varredura de lixo na capital, que somariam mais de R$ 2 bilhões. Nas gravações, às quais a revista afirma ter tido acesso, pessoas próximas de Cachoeira fazem referências a adequações de editais e contratos para que a Delta fosse beneficiada.
Na última quarta-feira, o Ministério Público de São Paulo instaurou inquérito civil para apurar a existência de irregularidades nas licitações, superfaturamento e conluio entre agentes públicos. Em depoimento para a revista, o deputado estadual João Paulo Rillo (PT) diz que a apuração sobre os contratos da Delta pode revelar um "caixa 2" do PSDB em São Paulo. Já o líder tucano, Álvaro Dias, argumenta que os contratos devem ser verificados com o intuito de apontar se os valores pagos foram justos.
A Isto É afirma que os parlamentares que compõem a CPI tiveram acesso a conversas telefônicas gravadas com autorização judicial entre junho de 2011 e janeiro deste ano. Segundo a revista, as gravações apontam que a construtora Delta foi favorecida em contratos de obras de ampliação da Marginal do Tietê, na cidade de São Paulo, e na prestação de serviços de varredura de lixo na capital, que somariam mais de R$ 2 bilhões. Nas gravações, às quais a revista afirma ter tido acesso, pessoas próximas de Cachoeira fazem referências a adequações de editais e contratos para que a Delta fosse beneficiada.
Na última quarta-feira, o Ministério Público de São Paulo instaurou inquérito civil para apurar a existência de irregularidades nas licitações, superfaturamento e conluio entre agentes públicos. Em depoimento para a revista, o deputado estadual João Paulo Rillo (PT) diz que a apuração sobre os contratos da Delta pode revelar um "caixa 2" do PSDB em São Paulo. Já o líder tucano, Álvaro Dias, argumenta que os contratos devem ser verificados com o intuito de apontar se os valores pagos foram justos.
O esquema Cachoeira e o governo Serra
CPI e Ministério Público investigam como o grupo do bicheiro Carlinhos Cachoeira atuou em São Paulo através de contratos da construtora Delta com a Prefeitura e o Estado em obras na marginal Tietê
Pedro Marcondes de MouraCONEXÃO
Em conversas telefônicas, Cachoeira (acima) fala sobre
contratos públicos em São Paulo nas gestões de Serra e Kassab
A Delta começou a prestar serviços à capital paulista em 2005, quando Serra assumiu o comando do município. Inicialmente, os contratos somavam R$ 11 milhões. A partir de 2006, quando Serra deixou a prefeitura e venceu as eleições para governador, os negócios da empreiteira com o município se multiplicaram, em muitos casos sem licitação. Em 2010, ano em que o tucano disputou a Presidência, os repasses chegaram a R$ 36,4 milhões. Entre 2008 e 2011, os pagamentos da prefeitura para a Delta ultrapassaram R$ 167 milhões. O que chama mais a atenção da CPI e do Ministério Público de São Paulo, porém, é o fato de a Delta ter vencido em outubro do ano passado uma concorrência para limpeza urbana no valor de R$ 1,1 bilhão. O MP abriu um inquérito para apurar se houve fraude na licitação. Há suspeitas de uso de documentos falsos e de edital dirigido. “Se a Delta cometeu essas irregularidades em outros Estados e municípios, precisamos apurar se isso ocorreu também em São Paulo”, diz o promotor Silvio Marques, do Patrimônio Público. Na quarta-feira 2, ele encaminhou ofício à PF, solicitando acesso às investigações da Operação Monte Carlo.
Se a Delta multiplicou seus contratos com a prefeitura entre 2005 e 2011, um movimento semelhante ocorreu com o governo de São Paulo, quando Serra chegou ao Palácio dos Bandeirantes em janeiro de 2007. Durante o mandato do tucano, a construtora recebeu R$ 664 milhões do governo paulista. O valor corresponde a 83% de todos os 27 convênios firmados pela Delta com o Estado de São Paulo na última década. A obra mais polêmica é a ampliação da Marginal Tietê, um dos cartões de visita da campanha presidencial de Serra em 2010. Além de inúmeros problemas, como atrasos e falta de compensação ambiental, o valor pago ao consórcio Nova Tietê, liderado pela Delta, sofreu um reajuste de 75%. Na quarta-feira 2, o Ministério Público de São Paulo instaurou Inquérito Civil para apurar a existência de irregularidades na licitação, superfaturamento e conluio entre agentes públicos.
ELE DE NOVO
Então diretor da Dersa, Paulo Preto, o polêmico arrecadador tucano em 2010,
foi o responsável por contratar a construtora Delta para obras viárias em São Paulo
NOVO INQUÉRITO
O MP de São Paulo encontrou indícios de conluio entre agentes públicos e
a construtora Delta para fraudar licitacões em obras realizadas na capital
paulista. O promotor vai investigar contratos da gestão Kassab (abaixo)
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