quarta-feira, 2 de maio de 2012

Racismo: psicanalista ofende negra e foge da cena do crime

 

A polícia investiga a denúncia de que o psicanalista Heverton Menezes, 62, teria praticado crime de injúria racial contra uma atendente de um cinema de Brasília, na tarde do último domingo. A intimação para o depoimento do médico foi feita na manhã desta quarta-feira (2), e ele deve prestar depoimento ainda nesta semana.


O advogado de Menezes, Aldo Zago, nega as acusações com argumentos que igualmente beiram o racismo. "Ele não praticou toda essa ofensa. Pode ter ocorrido uma discussão, como se tem diariamente com a secretária ou o porteiro do prédio, mas não a título de prejudicar e humilhar a pessoa." Melhor se comparasse a discussões diários com "chefes" ou "familiares".

A ofensa e a fuga

Irritado com o início da sessão e sem um ingresso ainda comprado, o médico teria dito à Marina Serafim, 25, que ela deveria "estar morando na África", "cuidando de orangotangos". Diante da reação dos demais clientes, que aguardavam para ser atendidos, ele fugiu do shopping, segundo mostram câmeras de segurança do lugar.

"Ele começou a falar que eu era muito grossa e que por isso eu era dessa cor. E que eu estava no lugar errado e que não deveria estar lidando com gente, mas com animais", disse Marina. No mesmo dia, ela foi à delegacia registrar ocorrência.

Segundo o delegado responsável pelo caso, Marco Antonio de Almeida, o médico deve responder pelo crime de injúria racial, cuja pena é de 1 ano a 3 anos de reclusão e multa. Segundo Almeida, o médico esteve envolvido em ocorrência semelhante em 2002, quando discutiu com uma mulher numa fila para votar.

O agressor e os fatos

Campos Menezes faz parte de um grupo que se acha no direito de um tratamento VIP, não admitindo perder  espaços dentro do chamado zona de conforto da classe média.

Além de arrogante, demonstra ignorância ao dizer que a atendente deveria cuidar de orangotangos na África. Missão impossível já que os orangotangos são asiáticos.

E este não é o único crime cometido pelo "doutor de mentes" Herverton Otacilio, que já ofendeu uma advogada negra e continua em liberdade.

Em espaços onde imperam a diversidade de pensamento e trabalho, racistas como Heverton Otacilio têm dificuldades de convivência. Mas para a justiça ele continua a ter privilégios, já que repete crimes e continua com o direito de responder em liberdade.

Fontes: Folha e Geledes

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