Quando Jose Serra escolheu o vice Antônio Pedro de Siqueira Índio da Costa, nas últimas eleições presidenciais, por indicação ou pressão sabe-se lá de quem e porque (talvez os últimos acontencimentos no meio financeiro podem dar uma luz), imaginava-se, do lado dos Índios da Costa, donos do Banco Cruzeiro do Sul, uma solução para a bancarrota da instituição, já comentada no ninho tucano desde aquela data. A pegunta que não quer calar: Indio da Costa foi escolhido vice porque o banco estava quebrado, ou, o banco quebrou porque Indio da Costa foi escolhido vice?
Podemos fazer um exercício de advinhação: Com certeza o banco não estaria quebrado se Indio da Costa, hoje, - TOC, TOC, TOC - fosse o vice presidente do Brasil. Corrigindo: Quebrado sim, claro que estaria, porém, SALVO pela mão amiga dos TUCANOS.
Rombo do Cruzeiro do Sul alcança R$ 2,5 bi, o dobro da previsão inicial
Especializado em crédito consignado, o Cruzeiro do Sul pertence à
família Índio da Costa - Luís Felippe (pai) e Luís Octavio (filho).
Ambos foram afastados da gestão e tiveram os bens bloqueados quando o BC
decretou o Regime de Administração Especial Temporária (Raet) no início
de junho. O BC escolheu o FGC para administrar o banco durante a
intervenção.
Luís Octavio foi informado pelo BC sobre os problemas na instituição
cerca de um mês antes da decretação do Raet. Nesse intervalo, chegou a
negociar a venda do banco. O principal candidato era o BTG Pactual, de
André Esteves. O negócio não saiu porque, em meio às incertezas sobre o
real tamanho do rombo, Esteves teria oferecido um valor muito baixo pelo
banco. A operação não saiu.
Além do banco em si, há preocupações sobre o Fundo de Investimento em
Participações (FIP) BCSul Verax 5 Platinum. Há dúvidas sobre a
qualidade dos ativos do fundo - debêntures da Maragato, empresa que tem
como sócios os Índio da Costa.
Essa situação pode inviabilizar uma solução de mercado para o banco; apuração ainda não terminou.
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David Friedlander e Leandro Modé, de O Estado de S. Paulo
A intenção do BC e do FGC é recuperar o banco e achar
um comprador para evitar a liquidação. A expectativa era de que,
encerrado o pente-fino nas contas do banco, o buraco chegasse a R$ 1,8
bilhão.
Inicialmente, o BC estimou o rombo em R$ 1,25 bilhão, resultado da
descoberta de fraudes contábeis concentradas em empréstimos consignados
falsos. O BC tinha detectado 300 mil operações como essas. O número
cresceu e a conta já alcança cerca de R$ 1,6 bilhão.
Os R$ 900 milhões restantes (para totalizar os R$ 2,5 bilhões) são
consequência de ativos super avaliados, passivos tributários e provisões
contra perdas de crédito inferiores às regras do BC, entre outros
problemas.
Procurados, Banco Central, Fundo Garantidor de Créditos e PricewaterhouseCoopers não comentaram o assunto.
Especulação
Nas últimas semanas, as ações do Cruzeiro do Sul tiveram altas
expressivas, em meio a especulações de que a instituição poderia ser
vendida após o encerramento do trabalho do BC, do FGC e da
PricewaterhouseCoopers. No acumulado de julho, os papéis preferenciais
(PN) do banco saltaram 66,2%. Ontem, caíram 1,67%.
Títulos do Cruzeiro do Sul negociados no mercado internacional também
dispararam nas últimas semanas. Em alguns vencimentos, o papel subiu
tanto que chegou a ser vendido a 65% do valor de face. No fim do mês
passado, eram transacionados a 28% do valor de face.
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