quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Deputados criticam Veja e cobram presença na CPI do Cachoeira

 

Em semana de esforço concentrado, que reúne deputados em Brasília para votação de matérias, os parlamentares repercutiram, em discurso no Plenário da Câmara, com críticas ácidas a reportagem da revista Veja fazendo acusações ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de ter sido o “chefe” do suposto esquema do mensalão. Os parlamentares da base aliada disseram que a Veja deveria ir à CPMI do Cachoeira explicar suas ligações com o contraventor.


O presidente da Câmara, deputada Marco Maia (PT-RS) refutou a tese de existência do esquema de compra de votos que ficou conhecido como mensalão e negou qualquer participação do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva.

Segundo Maia, as acusações publicadas pela revista Veja contra Lula são uma tentativa de reforçar teses que não condizem com a realidade para gerar um clima de instabilidade nas vésperas das eleições. “Outro absurdo é a suspeita de envolvimento do ex-presidente Lula com o mensalão. Vejam vocês que o próprio advogado do cidadão Marcos Valério desmente as acusações e a revista [Veja] as mantêm como se fossem verdadeiras”, disse Maia.

Maia também criticou a reportagem por acusar Lula sem citar dados comprobatórios ou novos. Segundo ele, a revista se valeu do argumento de que “pessoas ligadas ao governo” seriam a fonte da informação. “Esse é um debate que vamos ter que ter com a imprensa brasileira. Hoje, ficou simples dizer que pessoas ligadas ao governo, pessoas ligadas ao deputado Marco Maia, pessoas ligadas ao fulano de tal passaram informações”, completou Maia.

Ligações perigosas

O deputado Luiz Couto (PB), em nome da liderança do PT, repudiou a reportagem, considerada por ele como “leviana”, e cobrou a ida de “pessoas ligadas à revista Veja” à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre as relações de agentes públicos e privados com o contraventor Carlos Cachoeira.

Na CPMI, há requerimentos convocando o diretor da sucursal da Veja em Brasília, Policarpo Junior, que ainda não foram votados. “Este é o momento para que eles (representantes da Veja) venham à CPMI falar o que sabem”, cobrou Luiz Couto.

Couto afirmou que, em toda a sua gestão de oito anos na Presidência, Lula combateu ferozmente a corrupção: "Basta verificar as ações da Controladoria-Geral da União, da Polícia Federal, e o fato de não se impedir que CPIs fossem instaladas aqui. Lula sempre respeitou o Ministério Público no seu poder de investigação, mostrando que aqueles que de fato forem culpados deverão pagar por isso."

A deputada Erika Kokay (PT-DF) também defendeu o ex-presidente, a quem chamou de “pessoa que mais sofreu ataques no Brasil”. Segundo ela, as acusações têm o “cheiro de uma elite que não se conforma que um presidente operário tenha feito o País sair da condição de subalternizado” em nível internacional. “A elite não se acostuma a dividir os aviões, bancos escolares e estacionamentos deste País com a população de baixa renda”, declarou.

Agência Câmara

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