segunda-feira, 15 de outubro de 2012

O bico do Malafaia e a campanha do ódio

 

O candidato tucano José Serra ativou o que existe de mais terrível na política, o discurso do ódio contra um grupo social para tentar tirar proveito eleitoral. Serra, porém, terceirizou os ataques ao invés de fazê-los pessoalmente. Quem fala por ele no discurso anti-homossexuais é o bispo Silas Lima Malafaia, pastor carioca, com formação em psicologia e líder da Assembleia de Deus-Vitória em Cristo.

Por Renato Rovai*


A estratégia da dupla foi desmascarada recentemente em reportagem do Portal Terra, que fotografou no IPad de Serra uma mensagem com o seguinte conteúdo: “Ele (Malafaia) pediu para avisar que não vê problema em você se desvincular dele nas entrevistas”.

Ou seja, Malafaia faz o papel de anjo do mal atacando Haddad e os homossexuais e Serra pode posar de bonzinho, dizendo que as declarações dele não tem nada a ver com a sua campanha.

Se refestela com os votos do preconceito, mas tenta escapar da rejeição que isso causa. É mais uma ação nefasta e reveladora do caráter do candidato tucano.

Principalmente, porque o que Malafaia faz não é defender ideias. É estimular o ódio contra uma população que tem sofrido todos os tipos de violência na história recente do país. É um discurso, sim, homofóbico. Malafaia é o pastor que falou que os cristãos deveriam “baixar o porrete” e “entrar de pau” contra os participantes da Parada Gay em São Paulo. E que agora diz que “vai arrebentar em cima de Haddad” e conclama evangélicos a “não darem refresco para ele”.

A terceirização desses ataques soa ainda mais irônica porque é feita por um pastor do Rio de Janeiro. Serra escala um carioca para atacar Haddad. Logo ele, um candidato tão cioso do seu paulistanismo provicinciano e que criticou a presidenta da República por vir “meter o bico” nas eleições da cidade.

Pela lógica serrista, uma presidenta da República manifestar apoio a uma candidatura do seu partido é “meter o bico”. Mas um pastor vir para São Paulo estimular o ódio contra um grupo social estimado em 18 milhões de brasileiros, pode.

O bico de Malafaia interessa eleitoralmente ao bicudo Serra. E ele não tem nenhum escrúpulo em usá-lo, mesmo que isso estimule ações de violência como as que tem se repetido na Avenida Paulista e no seu entorno.

A verdade é que Serra está fazendo de tudo para que a eleição de São Paulo se transforme num pântano, porque sabe que é na imundice que suas chances aumentam.

Mas a São Paulo da diversidade pode derrotar a dupla Serra e Malafaia. E o melhor, sem abrir mão de princípios de respeito à libedade e aos direitos humanos. De alguma forma seria um ajuste de contas com 2010, quando o discurso do ódio serrista fez a candidatura de Dilma recuar em vários temas defendidos por mulheres e grupos LGBT.

*Renato Rovai é jornalista e editor da Revista Fórum.

Fonte: Blog do Rovai

 

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Um comentário:

Anônimo disse...

GRUPO FOLHA DE SÃO PAULO CONDENADO A PAGAR PELA FRAUDE DO ENEM.
ZÉ SERRA CRIOU E DISTRIBUIU SEU PROPRIO KIT GAY.
O que resta para o tucano desertor e mentiroso, senão pedir o boné e cair fora honrosamente.

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