Neste feriadão de finados, três caciques tucanos publicaram artigos nos jornalões para jurar que o PSDB está vivo e que saiu ainda mais fortalecido das eleições municipais de outubro: o ex-presidente FHC, o cambaleante Aécio Neves e o presidente em exercício da sigla, Alberto Goldman.
Por Altamiro Borges, em seu blog
Pelo jeito, nem os filiados e seguidores da decadente legenda estão convencidos destes “êxitos”. Haja saliva, papel e malabarismos para animar a fauna e para evitar novas bicadas e divisões no ninho tucano.
A estranha contabilidade do mineiro
Em seu artigo na Folha de hoje, o senador mineiro chega a contabilizar como “vitórias” do PSDB a eleição de prefeitos de siglas aliadas da presidenta Dilma. Ele não explica porque os tucanos não lançaram candidatos próprios em vários municípios brasileiros, porque se esconderam atrás de outras legendas. Na maior caradura, Aécio Neves afirma que “os números não se mostram tão favoráveis ao PT”. Que números, cara pálida? Ele agradece os 13,9 milhões de votos do PSDB no primeiro turno e esconde os 17,2 milhões obtidos pelo PT.
Maroto, ele também nada fala sobre a estrondosa derrota da sigla em São Paulo – talvez porque a maior capital do Brasil seja um mero detalhe ou porque o cambaleante presidenciável tucano prefira não cutucar o seu “amigo” José Serra. No final, ele se jacta que “o PSDB reafirmou a sua posição de principal polo de oposição no país”. Será? Muitos tucanos e demos já ameaçam rifar a legenda em 2014. Arthur Virgílio e ACM Neto até já andam dizendo que a melhor opção seria Aécio Neves como vice de Eduardo Campos!
A estratégia de mentor tucano
Na mesma toada, o ex-presidente FHC escreveu no Estadão neste sábado (04). Mais cauteloso, ele afirma que “os resultados eleitorais foram muito dispersos”. Mesmo assim, ele enfatiza a expansão do PSDB no Norte e Nordeste e menospreza a derrota em São Paulo e no restante do Sudeste. Como os números permitem qualquer manobra, ele afirma que seu partido fez mais prefeitos do que o PT –
Principal estrategista tucano, FHC aproveita o balanço eleitoral para fazer projeções. Ele indica que o principal movimento da direita no país deve ser o de atrair as forças de centro e centro-esquerda. Daí toda a bajulação para cima do PSB, que “derrotou o lulopetismo no Recife e em Fortaleza. Isso abre margens à especulação sobre suas possibilidades para as eleições presidenciais, com a cisão no bloco que até agora apoia o governo Dilma”. Mas ele mesmo pondera que a manobra não é fácil. Ou seja: admite as dificuldades do PSDB.
O presidente risível do PSDB
Neste sentido é que ele insiste no papel do PSDB como “carro-chefe” da oposição. De forma tímida, FHC volta a falar sobre a urgência de renovação da legenda, mas evitando novos confrontos com o irritadiço José Serra. Ele até fala que a sigla precisa ser “progressista nos costumes”, numa estocada no tucano da Mooca que se aliou ao “pastor” Malafaia e atacou o “kit-gay”. Diz que o PSDB deve superar o estigma de partidos “dos ricos” e dá outras dicas. Ou seja: tarefas difíceis para quem se saiu tão bem na eleição de outubro!
Dos três artigos, o mais risível é o do anódino Alberto Goldman, presidente em exercício do PSDB e ex-vice-governador de São Paulo. Para ele, o PSDB “obteve excelente resultado nas eleições. Avançou muito nas capitais e nas grandes cidades, retomou seu ímpeto no Norte e Nordeste e acumula forças para se contrapor ao projeto de hegemonia do PT”. Na sua cômica avaliação, ele garante que o resultado do pleito “tornou mais distante o sonho lulopetista” de se manter no governo central. Sem comentários!
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