Quem são os 79 do mensalão tucano, Dr. Antonio Fernando de Souza?
Advogado de Marcos Valério, Marcelo Leonardo, faz uma revelação bombástica. Diz que entregou ao ex-procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, autor da denúncia contra o PT, uma lista com nomes de 79 políticos que embolsaram recursos do mensalão tucano, de Eduardo Azeredo, "com valores recebidos e comprovantes". Indagado a respeito, o ex-procurador teve um surto de esquecimento. "Faz tanto tempo que saí de lá, quase quatro anos, que sinceramente não tenho lembrança", disse ele.
E a lista do mensalão tucano para reeleger Azeredo em 1998?
A reportagem está no pé da página A4 do jornal O Estado de S. Paulo, mas seu conteúdo é explosivo. Um dia depois de revelar, por carta ao jornalista Luis Nassif, que Marcos Valério entregou à Procuradoria Geral da República os nomes dos políticos beneficiados pelo chamado mensalão tucano, ocorrido em 1998, na tentativa frustrada de reeleição do governador Eduardo Azeredo, o advogado Marcelo Leonardo voltou ao tema. E colocou o ex-procurador-geral Antonio Fernando de Souza, o mesmo que denunciou o chamado mensalão petista, em maus lençóis.
No texto do jornalista Fausto Macedo está dito textualmente por Marcelo Leonardo o que vai a seguir:
"Entreguei, na ocasião, a lista com os nomes de parlamentares e ex-parlamentares, 79 nomes ao todo, com valores recebidos e comprovantes. Mas ele (Antonio Fernando) entendeu que o crime estava prescrito porque os fatos se deram em 1998. O procurador considerou que, como crime eleitoral, já estava prescrito, e a pena é pequena."
Ou seja: Marcos Valério entregou ao mesmo procurador que denunciou o mensalão petista, que está sendo julgado, o nome de 79 políticos beneficiados pelo mensalão tucano. Mais: entregou recibos e comprovantes de depósitos. Mas nada se fez a respeito.
Além de ouvir o advogado Marcelo Leonardo, Fausto Macedo também entrevisou o ex-procurador Antonio Fernando. "Faz tanto tempo que saí de lá, quase quatro anos, que sinceramente não tenho lembrança desse caso específico", disse Antonio Fernando, num surto de esquecimento. "Tenho quase certeza de que não se tratou de crime eleitoral, mas acho que era a tal lista de Furnas sobre a qual havia dúvida de sua autenticidade."
Não, Dr. Antonio Fernando. Na verdade, eram recibos de depósitos apresentados pelo próprio depositante, Marcos Valério. Para checar a autenticidade, bastaria buscar os registros bancários. Cabe, agora, à Procuradoria Geral da República informar o que foi feito com as provas apresentadas por Marcos Valério contra 79 políticos beneficiados pelo mensalão tucano, que foi abastecido com recursos das estatais Copasa (1,5 milhão de reais), Comig (1,5 milhão) e Bemge (500 mil).
Com informações do Portal 247
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