Ao contrário do que divulga a Secretaria de Segurança Pública (SSP) de São Paulo, em sua página na internet, o número de casos de homicídios dolosos (com intenção de matar) cresceu 16,9% no Estado de SP em janeiro deste ano, em relação ao mesmo mês de 2012. Foi o sexto mês consecutivo de alta, na comparação com o mesmo mês do ano anterior. Os dados são do próprio governo do PSDB de Geraldo Alckmin, que preferiu divulgar dados comparativos de janeiro de 2013 ao mês de dezembro de 2012.
Página da SSP na internet traz comparação com mês anterior, o que contraria até seu Manual de Interpretação da Estatística de Criminalidade/imagem: reprodução
Foram 416 casos, com 455 vítimas. Em uma mesma ocorrência pode haver mais de uma morte. No mesmo período de 2012, foram 356 casos e 386 mortos.
Em janeiro do ano passado, o secretário da Segurança Pública de Alckmin era Antonio Ferreira Pinto, que caiu em outubro de 2012 em meio ao aumento de assassinatos. Procurado para comentar a alta da violência, o novo secretário, Fernando Grella Vieira, não retornou.
A secretaria divulgou no site análise diferente dos homicídios. Em vez de comparar com o mesmo período de 2012, como prevê seu Manual de Interpretação da Estatística de Criminalidade, a pasta comparou janeiro com dezembro. Nessa perspectiva, não houve aumento de ocorrências, mas uma queda de 21%.
O manual diz que "índices criminais estão sujeitos às variações climáticas, sazonais e irregulares" e cita o verão (mais gente na rua, por mais tempo) e as férias escolares.
Grella assumiu a secretaria depois de a escalada da violência levar
No ano passado, mais de cem policiais militares foram mortos como uma possível reação do crime organizado. Nos 12 meses do ano passado, havia em média 14,2 mortes ao dia. No mês passado, a média foi de 13,4. A Grande São Paulo foi a região que teve o maior aumento de casos de homicídios em janeiro (24,2%). Na capital, o índice foi muito parecido com o do Estado (16,6%).
Dos 20 crimes analisados pela secretaria, seis não subiram em janeiro - entre eles, homicídio culposo (-68%) e roubo de carga (-1,5%). As maiores altas foram latrocínio (61%) e estupro (20%).
Para a diretora do Instituto Sou da Paz, Luciana Guimarães, o aumento da criminalidade é reflexo do enfraquecimento da Polícia Civil, que não tem conseguido esclarecer tantas ocorrências.
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Com informações da Folha de S. Paulo
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