Postado em: 4 mai 2013 às 18:52
Ex-presidente Lula, após uma década, explica o porquê do silêncio sobre o ‘mensalão’ e faz um balanço inédito dos seus anos de governo e do cenário político brasileiro
Trechos de uma longa entrevista do ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva ao sociólogo Emir Sader, transformada em livro a ser lançado ainda
este mês, vazaram neste sábado para a mídia alternativa e revelam o
porquê de o líder mais influente do Partido dos Trabalhadores manter
silêncio sobre o escândalo do ‘mensalão’, quebrado apenas no diálogo com
o intelectual carioca. Tratou-se de uma estratégia para seguir adiante,
apesar do pesado ataque da mídia conservadora, ao longo da última
década.
– Tentaram usar o episódio do mensalão para acabar com o PT e,
obviamente, acabar com o meu governo. Na época, tinha gente que dizia:
“O PT morreu, o PT acabou”. Passaram-se seis anos e quem acabou foram
eles. O DEM nem sei se existe mais. O PSDB está tentando ressuscitar o
jovem Fernando Henrique Cardoso porque não criou lideranças, não
promoveu lideranças. Isso deve aumentar a bronca que eles têm da gente –
que, aliás, não é recíproca – ressalta.
Na entrevista, reproduzida no livro Governos Pós-Liberais no Brasil: Lula e Dilma,
a ser lançado no próximo dia 18, o ex-presidente também reafirma a
necessidade de uma constituinte, para levar a cabo a reforma política
essencial para a consolidação da democracia no país. Segundo afirmou a
Emir Sader, “a eleição está ficando uma coisa muito complicada pro
Brasil”.
– Eu tentei, quando presidente, falar de uma Constituinte exclusiva,
que é o caminho: eleger pessoas que só vão fazer a reforma política, que
vão lá (para o Congresso), mudam o jogo e depois vão embora. E daí se
convocam eleições para o Congresso. O que não dá é pra continuar assim.
Às vezes tenho a impressão que partido político é um negócio, quando, na
verdade, deveria ser um item extremamente importante para a sociedade –
afirmou.
Leia agora os principais trechos da entrevista
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