segunda-feira, 22 de agosto de 2005

Licitação foi feita no governo de Luiz Roberto Jábali (PSDB).

BRASÍLIA - O pilar da denúncia do esquema de corrupção montado entre a empresa Leão Leão e o PT, em Ribeirão Preto (SP), foi aparentemente desmontado ontem por uma declaração pontual do ministro da Fazenda, Antônio Palocci. Orientado na noite anterior pelo seu colega Márcio Thomaz Bastos, da Justiça, Palocci afirmou que a licitação da prefeitura de Ribeirão para a prestação de serviços de limpeza pública, no valor de R$ 50 milhões, não havia sido realizada em sua gestão, entre 2001 e 2002. A concorrência, reiterou ele, fora fechada no governo anterior, de Luiz Roberto Jábali (PSDB).
"Longe de mim acusar o prefeito anterior de ato ilícito", escusou-se Palocci. "Mas estão misturando contratos para dizer que eu havia favorecido a empresa. Nenhum contrato que firmei tinha essa dimensão", completou.
De acordo com as denúncias feitas por Rogério Buratti, ex-secretário de governo de Ribeirão Preto durante o primeiro mandato de Palocci (1993-1996), a empresa Leão Leão teria mantido um esquema de pagamento de propinas ao prefeito, de R$ 50 mil, em troca da vitória nessa licitação. O dinheiro seria repassado ao então secretário da Fazenda, Ralf Barquete, falecido no ano passado. Barquete seria o responsável pela entrega do dinheiro ao então tesoureiro do PT, Delúbio Soares.
Segundo Palocci, a única licitação que abriu na área de saneamento, durante sua gestão, foi no valor de R$ 140 mil e destinada à remoção de entulhos provocados por um temporal. O ministro reconheceu que a Leão Leão foi uma das empresas da região de Ribeirão que contribuiu com sua campanha para a prefeitura da cidade, em 2000.
Entretanto, alegou que os doadores receberam recibo, os valores foram registradas e os dados estão disponíveis no Tribunal Regional Eleitoral (TRE). "Depois da campanha, não autorizei nem permiti qualquer tipo de doação", disse. "Faço essa afirmação de forma cabal porque não posso admitir uma acusação desse tipo."

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