domingo, 21 de agosto de 2005


Palocci desmoraliza a Veja
Luiz Weis




Depois de ouvir a prolongada entrevista do ministro Palocci, que acaba de terminar, cada um pode escolher se continua acreditando, ou não, na acusação de Buratti de que a concessionária da limpeza pública de Ribeirão Preto, a Leão & Leão, pagava sistematicamente uma propina mensal de R$ 50 mil à administração Palocci, repassada por ele, ou com a sua autorização, ao tesoureiro petista Delúbio Soares.

O que fica difícil é escolher se continua acreditando, ou não, na versão da Veja desta semana de que “Buratti agendava encontros da Máfia do Lixo com Palocci já ministro”, como se lê na capa da revista debaixo da chamada “Denúncias atingem Palocci”.
Em mais de 40 anos de profissão, raras vezes, ou nunca, vi uma autoridade reduzir tão completamente a pó uma alegação irresponsável como esta, típica do jornalismo de esgoto praticada pela mais influente publicação semanal do país.

A detonação foi devastadora, até pela calma com que o ministro mostrou ao apertar o detonador. Não vou tomar o tempo do eventual leitor repetindo o que ele há de ter visto, ou verá nos telejornais da noite, ou lerá nos jornais de amanhã.
Mas num ponto o ministro soltou uma verdadeira bomba.
Em dado momento da reportagem, diz a Veja que “em um e-mail, Juscelino Dourado, atual chefe de gabinete de Palocci, pede, em nome do “chefe”, ajuda de Buratti para comprar um aparelho de espionagem eletrônica”.

O que a revista não diz – e Palocci contou – é que um assessor do ministro, procurado pela revista, negou que Juscelino tivesse feito isso ou coisa parecida
O jornalista voltou então à carga, dizendo que então pode não ter sido coisa do Juscelino, mas de outro membro da equipe de Palocci.
Diante do que o interlocutor da Fazenda pediu-lhe que mandasse cópia do e-mail alegadamente mandado a Buratti.
A Veja não só não mandou coisa alguma, como não tornou mais a procurar o Ministério.
É o caso de parafrasear a chamada de capa da revista: “Denúncias sem base desmoralizam a Veja”.


Postado por: Luiz Weis às 2:41:12 PM

Nenhum comentário:

Marcadores