quinta-feira, 22 de setembro de 2005

Assunto: Tucanoduto origem da lama

21/09/2005 -

Dantas foi beneficiado em privatizações de FHC, diz Rands

O deputado Maurício Rands (PT-PE) criticou o banqueiro Daniel Dantas, do Opportunity, por ter sido econômico nas explicações sobre o grampo no BNDES, durante o governo Fernando Henrique Cardoso.

“Os grampos comprovaram que houve ingerência do governo FHC para ter resultados positivos na privatização das telecomunicações e o senhor (Daniel Dantas) foi privilegiado”, acusou.

Segundo o deputado Rands, o banqueiro reclama e não quer a interferência do governo Lula no leilão da Brasil Telecom, com medo dos seus concorrentes serem beneficiados. “Mas o senhor (Dantas) defendeu a interferência do governo anterior, quando o beneficiado era você”, observou.

Para Rands, é importante fazer uma apuração completa do esquema de financiamento de campanha.

“É surpreendente que alguns aqui defendam a apuração somente do que aconteceu de irregular na campanha de 2002, quando já ficou claro que o esquema, os métodos ilícitos de financiamentos eram adotados há muito tempo, inclusive por partidos como o PSDB e PFL”, destacou.

Segundo o deputado, quando se descobriu o esquema Marcos Valério, veio à tona o mesmo esquema praticado, por exemplo, em 1998 para o governo de Minas Gerais, quando foram beneficiados o presidente do PSDB, senador Eduardo Azeredo (MG), e o deputado Roberto Brant (PFL-MG), que recebeu recursos para a sua campanha à Câmara.

Notas
O petista também questionou Daniel Dantas sobre a incineração de notas fiscais emitidas pelas empresas de publicidade de Marcos Valério, a DNA e a SMP&B, para a Telemig Celular, da qual o grupo Opportunity é acionista.

Segundo Dantas, as notas foram devolvidas sem pagamento, o que teria levado à inceneração. “Mas eu não tenho nenhum registro sobre elas que possa comprovar o que digo. O que posso dizer é que a Telemig não repassou dinheiro para as empresas de Valério. Todo o dinheiro foi para pagar os serviços de publicidade", disse Dantas.

Espionagem
Rands quis saber por que Dantas ou o Citibank contratou a empresa Kroll para espionar ilegalmente os integrantes do governo – os então ministros José Dirceu (Casa Civil) e Luiz Gushiken (da Secretaria de Comunicação) e o então presidente do Banco do Brasil Cássio Casseb.

“Quem contratou e qual foi o uso o senhor fez com as informações grampeadas. Foi chantagem com Justiça e com os ministros citados?”, questionou.

Dantas negou que fosse o autor dos grampos. Segundo ele, a responsável pela escuta é a Brasil Telecom, que teria sido obrigada a pagar mais caro pela aquisição da telefônica gaúcha CRT.

A companhia telefonia foi vendida por US$ 800 milhões e o preço real era entre US$ 500 e R$ 600 milhões. Segundo Dantas, o objetivo era descobrir se o que foi pago a mais foi repassado para algum dos envolvidos na negociações.

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