No Brasil de hoje, o Consenso da Mediocridade definiu que o governo Lula é corrupto. Não só corrupto, como "o mais corrupto da história". Determinou que houve "mensalão", não importando se já está mais do que evidente que o que houve foi o velho e disseminado esquema de caixa 2. Um caixa 2 centralizado, terceirizado e atabalhoado decerto.
Mas...no Consenso há que se manter o jargão e as palavras fáceis de assimilar, nomenclaturas de gosto popularesco, pois esses raciocínios medianos, esses nomes e coisas temperadas ao sabor do chamado "senso comum" são essenciais ao consenso dos medíocres.
No consenso dos medíocres, deseja-se punir um punhado de políticos com a cassação de seus mandatos por uso de caixa 2, como se isso fosse a solução do problema, a redenção – sob o jugo do espantalho daquela figura de retórica já tão desgastada: "tudo acaba em pizza" e outras similares. Alguns mais açodados chegaram ao paroxismo de pregar/defender o impeachment do presidente Lula.
Na sua mentalidade beócia e seletiva, os "consensitários" da mediocridade esquecem que, na verdade, seguindo essa mesma linha de raciocínio, se teria que cassar os mandatos de praticamente todos os deputados e senadores no Congresso – e também a esmagadora maioria dos vereadores nas Câmaras Municipais e deputados nas Assembléias Legislativas.
Teriam que pedir também o impedimento de Alckmin, de José Serra, de Aécio Neves, de Rosinha Garotinho e de todos os atuais mandatários, de todos os partidos, pois, sabe-se, deixando a hipocrisia de lado, que todos se utilizaram (e ainda se utilizam) do "instituto" do caixa 2.
Aqui cabe uma singela questão: por que então não defender com tamanho ardor, como defendem as seletivas punições e a discriminante justiça, uma reforma política ampla e abrangente e assim regulamentar de uma vez por todas essas questões? Porque ao consenso não interessa ir fundo nem resolver as questões. O consenso é o estouro da boiada.
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