Christian da Silva, 12, mal consegue ouvir o que seus professores falam. Ariele Ribeiro, 9, até que escuta, mas não consegue se concentrar por mais de 15 minutos na aula tamanho é o calor. Os dois freqüentam escolas estaduais de latão na zona sul de São Paulo e sonham com colégios de verdade.
Em todo o Estado, há 76 unidades feitas de material metálico.A previsão mais otimista é que em apenas três anos todas terão sido substituídas (se a nova secretária de Educação, Maria Lúcia Marcondes Carvalho Vasconcelos, aprovar o cronograma de obras), mas há diretoras que só esperam a desativação em 2010.Entre 98 e 2002, as gestões de Mário Covas e Geraldo Alckmin (PSDB) construíram 150 colégios provisórios de latão.
São prédios feitos de chapas metálicas, que abrigam no mínimo 800 alunos e que esquentam muito no verão e são frios demais no inverno.Alckmin, que vai deixar o cargo para disputar a sucessão presidencial, parou de fabricá-las em 2002, mas desativou apenas 74 delas em seu governo. A substituição de cada prédio custa cerca de R$ 1,5 milhão.
As escolas de latão foram construídas para substituir as escolas de latinha, feitas entre 1978 e 1996 para suprir rapidamente a demanda, principalmente nas áreas de mananciais. A diferença entre elas é que as de latão possuem uma estrutura mais resistente e têm pé-direito mais alto que as de latinha, aumentando a circulação do ar. Ambas, no entanto, apresentam problemas térmicos.
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