quinta-feira, 30 de março de 2006

CUIDADO QUE O PAÍS É FRÁGIL



No ritmo em que a lama escorre pelos canais da campanha eleitoral, o país não agüenta até outubro. Governo e oposição, principalmente os últimos jogam pôquer de vida ou morte como se não acreditassem serem integrantes de uma maratona. Quando outubro chegar estaremos todos mortos, como figuras de uma previsão keynesiana.

Algums movimentos ou declarações beiram a irresponsabilidade. Outros, de tão irresponsáveis, beiram a safadeza. Os piores, de tão safados, são coisas de filhos da p.... Escolher o presidente Lula como alvo, por exemplo, é normal. Afinal de contas quem quiser ser o próximo presidente precisará derrotar Lula antes de qualquer adversário.

O trem só ameaça deixar os trilhos quando as sereias cantam o “impeachment” tentando atrair a população para as rochas de um golpe branco.Do lado do governo existe tentação similar. Virar o barco por excesso de peso nos gastos ou nas promessas públicas também joga o navio contra as pedras.Quem tentar a utopia da neutralidade em um país polarizado desde a crise do mensalão poderá enxergar a insensatez de todos.

Antes de cada eleição a violência das campanhas derruba os mercados, explode o risco e implode a economia. O novo governo assume e gasta pelo menos três anos só para curar feridas e promover um tratamento de fisioterapia que possa recuperar a energia vital da nação. Antes que este processo dê frutos porém, uma nova campanha eleitoral já azeda tudo.Na disputa entra Lula e Serra do último pleito, o dólar foi a quatro reais e o país quase faliu.

Tudo porque o Serra, no desespero, disse que o “O Brasil iria se transformar numa nova Argentina”, algo que por sinal não aconteceu mas revela o instinto predador de alguns candidatos.Na troca do ministro Palocci pelo ministro Mantega o mercado de moeda estrangeira voltou a dar sinais de vida deixando claro que se o noticiário empurrar, o dólar sobe de novo. Voltaremos à estaca zero, ou menos quatro.E como todos sabemos que o Brasil sempre foi, é e será governado por uma elite.

Sobra uma questão evidente: Quando é que esta elite governante, de esquerda ou direita, irá perceber que o paciente pode morrer de trauma, tiro ou tristeza numa eleição qualquer?O Brasil não cresce no atual do governo Lula ou pela incompetência anterior do governo FHC, o Brasil não cresce porque uma elite parasita lhe suga toda a vitalidade a cada eleição.

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