BRASÍLIA - O relatório elaborado pela Controladoria Geral da União (CGU) que aponta o nome de mais quatro parlamentares cujas emendas beneficiaram empresas da máfia das ambulâncias criou um racha na CPI dos Sanguessugas. Ontem, o presidente da comissão, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), chegou a anunciar que notificaria os deputados Aroldo Cedraz (PFL-BA), Márcio Reinaldo Moreira (PP-MG), Arolde de Oliveira (PFL-RJ) e João Almeida (PSDB-BA).
A declaração provocou a imediata reação de outros parlamentares da comissão, que viram na decisão uma jogada política do governo para tentar atingir nomes da oposição. O deputado João Almeida, por exemplo, é um dos principais escudeiros do candidato à Presidência Geraldo Alckmin na bancada da Câmara. Cedraz e Oliveira pertencem ao PFL, outro partido de oposição.
Alarmado com o documento da CGU, o sub-relator de sistematização da CPI, Carlos Sampaio (PSDB-SP), foi à controladoria para ter detalhes do estudo e retornou, no fim da tarde, se declarando contra a notificação. "Não há elementos contra eles que justifiquem a notificação", afirmou o tucano, antecipando que apresentaria sua posição a Biscaia.
Os novos nomes surgiram na relação divulgada pela CGU, que fez um balanço dos deputados campeões na apresentação de emendas que beneficiaram o esquema ambulâncias entre 2000 e 2004.
Os quatro deputados, que antes não estavam na mira da CPI, aparecem nesse relatório com 16 emendas que acabaram executadas por empresas do esquema. O tucano João Almeida apresentou oito emendas em 2001/2002; Arolde Oliveira aparece no relatório da CGU com duas emendas, em 2002. Já Aroldo Cedraz e Márcio Moreira apresentaram três emendas, cada um, que teriam beneficiado empresas da máfia das ambulâncias.
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